Chevrolet Camaro x Ford Mustang: quem tem a trajetória mais viril?
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(SÃO PAULO) - Nova York, 17 de abril de 1964. Partindo de US$ 2.368, o Ford Mustang dava o primeiro passo de uma trajetória com altos e baixos. Seu nome remetia ao P-51 Mustang, avião usado na Segunda Guerra Mundial. A versão mais esportiva chegaria em 1965: o Shelby GT350 com seu V8 de 310 cv. No ano seguinte, o Mustang passa de 1.000.000 de unidades vendidas.
Onde estava o carro esportivo acessível da General Motors quando a Ford lançou o Mustang? A Chevrolet demorou dois anos para reagir, que foi o tempo necessário para desenvolver o Camaro a partir do Nova II. Em setembro de 1966, o Camaro começava a ser vendido, partindo de US$ 2.466. O conversível estrearia no ano seguinte, US$ 240 mais caro.
Mesmo ano em que o Mustang ganhava a versão GT500, ainda mais musculosa (360 cv). Em 1969, surgem 11 combinações diferentes de motor e câmbio.
O lendário Z/28, considerado até hoje um dos Camaros mais emblemáticos, estreia em 1969. E logo ganha a companhia da versão ZL-1, equipada com um enorme motor V8 de 430 cv. Apenas 69 foram feitos, e por isso é o Camaro mais colecionável de todos.
Em 1970, a primeira mudança visual do Camaro vem acompanhada da versão Z/28 amansada, com um 5.7 V8 "small block". À época, a Car and Driver concluiu: "O Z/28 não é tão emocionante como já foi. É mais tolerante ao volante e mais maduro em seu comportamento. Tudo considerado, tem um motor melhor agora, mas a perda de um espírito adolescente despreocupado e irreprimível nunca pode ser testemunhada sem algum arrependimento".
Depois de quase dez anos de sucesso e versões icônicas, como a Boss, o Mustang se despede da concepção original. A crise do petróleo explode, e com ela começa uma fase conturbada na história do Mustang: não bastou perder o motor V8, a linha 1974 diminuiu 48 centímetros no comprimento.
O Camaro encarou a crise do petróleo com mais dignidade: como os do Mustang, seus motores também foram reprimidos - o V8 flexionava tímidos 145 cv - mas as proporções e o conceito foram mantidos na segunda geração.
Desde seu lançamento, o Mustang Mark II tenta reconquistar seus fãs: retorno do V8, inclusão de pacotes especiais e teto de fibra removível, para simular um carro conversível - apostas que culminam na versão Cobra. Nada, porém, que devolvesse a virilidade dos velhos tempos.
Uma nova fase se inicia em 1978 com a plataforma Fox, que deixa o Mustang com cara de compacto europeu. Mas ainda é preciso se dobrar diante das restrições de poluentes, e seu motor V8 é "estrangulado" para 117 cv. A carroceria conversível retorna, após 10 anos de ausência.
Após 11 anos, a segunda geração do Camaro chega ao fim. O modelo 1982 apresenta um dos estilos mais icônicos do modelo. Era a personificação dos anos 1980 em um automóvel.
Aos poucos, ambos vão se curando da anemia. Em 1984 o Mustang ganha a versão SVO, que lhe devolve parte da esportividade. Dois anos depois, o 5.0 V8 troca os carburadores por injeção eletrônica, e o consumidor responde: mais da metade dos 211.225 Mustangs comercializados em 1988 são equipados com esse motor.
No caso do Camaro, a versão IROC-Z traz um 5.0 V8 de 215 cv. Em 1987, o line-up incorpora novamente um conversível, o primeiro desde 1969.
Na quarta fase, lançada em 1993, o esportivo da Chevrolet dá um grande salto tecnológico. Há novas opções de motorização, câmbio manual de seis marchas e interior mais refinado. Em 1999, um 5.7 V8 feito em alumínio eleva a potência para 305 cv.
Logo após a renovação do rival, o Mustang abandona a era "Fox body" e entra na quarta encarnação e se reconecta às raízes. Das 1.850 peças do carro, 1.330 são substituídas.
Embora famoso e novamente potente, o Camaro não tinha mais o prestígio de antes. Ao completar 35 anos, é aposentado - a princípio, definitivamente.
O Mustang segue em frente: reestilizado, o Mustang estreia em 2001 a versão Bullitt, que presta homenagem ao clássico filme estrelado por Steve McQueen, em 1968. Em 2004, a Ford chega à marca de 300 milhões de carros produzidos. No mesmo ano, o Mustang se despede da fábrica de Dearborn, onde fora produzido desde 1964.
Em 2005 a quinta geração estreia na nova fábrica de Flat Rock, em Michigan, enfim reencontrando seu conceito original. Em 2009, um GT conversível sai da linha de produção e rompe a barreira de 9 milhões de Mustangs produzidos. Quatro anos depois, o Shelby GT500 reaparece, agora como o Mustang mais potente já feito, com 670 cv.
Após recorrer ao governo Obama para se recuperar financeiramente de sua pior crise, a General Motors se reorganiza. E nada como evocar velhos e prósperos tempos do que relançando o Camaro. E é a quinta geração que marca a estreia oficial do Camaro no Brasil, no início de 2011, por atraentes R$ 185 mil. Nada com 406 cv e 57 kgfm de torque, frutos de seu poderoso 6.2 V8, podia ser comprado 0 km com tal quantia.
Em 2013 o Mustang chega à sexta geração.
Três anos depois é a vez do Camaro.
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