VW Gol tem versões especiais e raras que são plano B ao caríssimo GTi
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(SÃO PAULO) - Não é mais novidade que o Gol GTi da primeira geração rompeu a barreira dos três dígitos. Dizem que o exemplar exibido no Salão do Automóvel de 2018 saiu de lá direto para um colecionador por R$ 150 mil.
Fato ou boato, condiz com a análise de Airton Nichele, da Pastore Car Collection.
"Existe um discernimento no mercado de que a faixa entre R$ 120 mil e R$ 150 mil é o teto quando falamos de um modelo restaurado de alto nível. Mas, hipoteticamente, se aparecesse um GTi rigorosamente original, com baixíssima quilometragem e não restaurado, aí então estaríamos falando em algo na casa dos R$ 200 mil", avalia o gerente de Marketing da loja especializada em veículos de coleção localizada em Bento Gonçalves (RS).
Esquivando-se da inócua discussão "vale ou não vale", vale lembrar que há outras opções de Gol para quem deseja colecionar o novo quarentão. Inclusive mais raras do que a cobiçada tríplice coroa GT/GTS/GTi.
Poucos se lembram, mas a linha 86 apresentava a versão Plus, que por sua vez apresentava ao Gol o lendário motor AP 600, de 1,6 litro (85 cv) e arrefecimento líquido. Demais exclusividades eram estéticas: vidros verdes, faróis de neblina, spoiler dianteiro, calotas na cor do carro e interior mais refinado - cujo tom do acabamento correspondia à cor externa, Cinza Prata ou Bege Polar.
Esta última é cor do Gol Plus anunciado por R$ 65 mil pela Pastore. Difícil mensurar, mas boa parte do valor cobrado vem do estado do veículo, de fato irretocável. Embora tenha rodado apenas 33.656 quilômetros, fora todo restaurado. E outra parte, talvez maior, é consequência do seu nível de raridade: o Plus sequer chegou à linha 87.
De tão raro jamais passou pelas mãos de Reginaldo de Campinas, também especializado em veículos de coleção, com foco em modelos originais, sem restauro. "Já vendi muitos GTS e GTi, mas nunca um Plus", relembra.
Outros comerciantes consultados também disseram que jamais negociaram um desses.
Copa do Mundo
Nascido em maio de 1980, em junho de 1982 o Gol já tinha uma versão especial para chamar de sua. Limitado a 3 mil unidades, o Gol Copa surrupiava a fama do campeonato mundial de futebol, sediado na Espanha. Era a imagem de um carro nacional sendo catapultada por um evento internacional.
Derivado do LS, tinha motor 1.6 refrigerado a ar, faróis de neblina, rodas exclusivas, ponteira do escapamento cromada e retrovisor do lado direito. A cor azul metálica tinha a graça de se repetir nos para-choques. Mas nada se comparava ao charme do pomo da alavanca do câmbio imitando bola de futebol - a redonda também estava na plaqueta da tampa do porta-malas e no console central, na cabine.
Uma reedição surgiu na Copa de 1994, mas desprovida da sensibilidade e da elegância do Copa de 1982.
De acordo com Fabio Vinicius, fundador do CdGQ - Clube Do Gol Quadrado, "os preços variam demais, conforme localidade e estado conservação. Mas um Copa zerado você acha na casa dos R$ 35 mil".
Realmente variam. Um exemplar que acaba de ser restaurado está a caminho da Pastore. "Ainda não definimos o valor, mas deve ficar entre R$ 100 mil e R$ 110 mil", prevê Nichele. Já a Brunelli Veículos Antigos vendeu um com 3 mil quilômetros por R$ 90 mil.
Outra série especial um tanto esquecida é a Star. Lançada em 1989, tinha motor AP 800 (96 cv) e itens visuais exclusivos, como lanternas traseiras fumê, grade e retrovisores na cor do veículo (que só podia ser Vermelho Tornado ou Branco Star); calotas brancas e bancos com o logotipo da versão.
"Fala-se em 1.800 unidades produzidas, mas não são dados confirmados. Contudo, o Star ainda não caiu no gosto dos colecionadores", explica Vinicius.
Para Nichele, da Pastore, "pouca gente está enxergando o valor nesses carros, mas a valorização deles vai crescer".
Talvez já esteja. Leandro Bertotti, comerciante de Chapecó (SC), já chegou a ter sete Gols. Um deles foi um Star, vendido recentemente por R$ 50 mil, segundo ele.
Bola de futebol
O problema é que, depois da fase de procurar, vem a de restaurar - na maioria dos casos. E daí se revela uma desvantagem diante dos esportivos: produzidos em reduzida escala, tiveram consequentemente peças produzidas em reduzida escala.
"É preciso analisar seus itens exclusivos. No caso do Copa, como está o tecido dos bancos, a manopla do câmbio, se os frisos laterais estão certos, se há o embleminha da bola nos lugares certos. Quando comprei o meu, já tinha visto 12 antes", explica Bertotti. A dica, segundo ele, é garimpar nos ferros-velhos e ter bons contatos no mercado de autopeças.
"O Copa, assim como outras séries de baixíssima produção, normalmente têm como calcanhar de Aquiles os acabamentos internos e os itens exclusivos. Recentemente, graças à tecnologia de impressão 3D, acabamentos plásticos não são mais um obstáculo. Já a tapeçaria ainda é um ponto muito desafiador", acrescenta Denivan Vargas, da Auto90.
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