Jaguar relançará os E-types mais antigos do mundo, mas só venderá em pares
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(SÃO PAULO) - Salão de Genebra, 15 de março de 1961. A Jaguar vai revelar ao mundo um novo esportivo que instantaneamente se tornará referência em beleza, luxo e poder. O problema é que o carro ainda não chegou ao evento. Está a caminho, vindo de Coventry, Inglaterra, onde fica a sede da empresa. E não vem de caminhão-cegonha, mas rodando, guiado pelo gerente de relações públicas da empresa, Bob Berry, no modo "flat out", gíria em inglês para "pé em baixo".
Enfim, um cupê pintado na cor Opalescent Gunmetal Gray, placas 9600 HP, chega ao Parc des Eaux Vives minutos antes de Sir William Lyons, fundador da marca britânica, apresentar a novidade para convidados e jornalistas.
Tal foi a demanda por test-drives e por fotos e o frenesi ao redor do lançamento, que Lyons mandou o engenheiro e piloto Norman Dewis "drop everything" (largar tudo) e trazer a outra unidade de pré-produção do esportivo para Genebra, também rodando. Esta, um conversível pintado na lendária British Racing Green, placas 77 RW.
Para celebrar o 60º aniversário do E-type, a Jaguar vai restaurar e pôr à venda, em março do ano que vem, 12 unidades que homenageiam os modelos do Salão de Genebra, considerados os mais antigos e importantes na carreira de 14 anos do ícone inglês. Colecionadores então levarão para casa o par formado pelo cupê "Flat Out Grey 9600 HP" e pelo conversível "Drop Everything Green 77 RW", nomes que remetem aos seus contextos históricos e físicos.
Batizados de E-type 60 Collection, serão equipados com motor seis-cilindros de 3,8 litros e confeccionados pela Jaguar Classic, que adicionará às características originais detalhes de design comemorativos, criados em conjunto com o atual diretor de design da Jaguar, Julian Thomson.
Preços não foram revelados, mas espera-se algo na casa de milhões. De libras.
Swinging Sixties
O E-type nasceu quando o engenheiro aeronáutico Malcolm Sayer pegou o D-type que havia vencido as 24 Horas de Le Mans e o reinterpretou para uso fora das pistas. Segundo ele, sua criação fora o primeiro automóvel matematicamente desenhado (seja lá o que isso significa).
Em 1996, o E-type se tornou o terceiro carro no acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York - os dois primeiros foram um Cisitalia 202 GT 1946 e uma Ferrari 641/F1-90. Em 2008, uma eleição do Daily Telegraph o colocou no topo do ranking dos 100 automóveis mais bonitos da história.
Há quem diga que nem mesmo o Mini Cooper traduziu para o mundo automotivo os Swinging Sixties - como ficou conhecida a revolução cultural que marcou o Reino Unido nos anos 1960 - tão fielmente quanto o E-type. Viril e sexy, habitou as garagens de Steve McQueen, Brigitte Bardot, Frank Sinatra e George Harrison, entre outras personalidades.
De 1961 até 1975, quando se aposentou, o E-type se dividiu em três fases. O Série 1 era equipado com um motor 3.8 de seis cilindros em linha e 265 cv, capaz de lançar o esportivo até os 100 km/h em 6,7 segundos e alcançar os 240 km/h, segundo a marca. Três anos após o lançamento, esse motor teve a capacidade aumentada para 4,2 litros. É tido como o E-type mais bonito, enquanto o Série 2 (1968 a 1971) é o melhor para dirigir, dizem. O Série 3, equipado com um 5.3 V12, foi o mais potente, com 272 cv.
Entre os principais avanços para a época estavam os freios a disco nas quatro rodas e a suspensão independente nas quatro rodas. E custando £ 2,256, metade do que custava um Aston Martin.
Recentemente, a Jaguar Classic relançou (por £ 732, o equivalente a R$ 5,2 mil) o kit de ferramentas que acompanhava os E-type Série 1 e Série 2. Uma bolsa de couro sintético acomodada no canto do porta-malas reúne alicate, chaves de fenda (uma delas para ajustar o ponto de ignição) e uma pistola de graxa, entre outras peças.
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