Moedor de pimenta, bicicleta e carro: o que a Peugeot já fez em 210 anos
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(SÃO PAULO) - Nem todas fabricantes começaram pelos carros. Quando fez sua primeira máquina de costura, a alemã Opel não podia imaginar que dali a 40 anos começaria a produzir algo que ainda nem existia. E antes do seu primeiro automóvel, de 1899, vieram as bicicletas, mesmo produto que marcou o nascimento da conterrânea Wanderer (uma das argolas da Audi) e da Skoda.
Nas raízes da BMW, é possível notar pelo seu logotipo, está a indústria aeronáutica. Fundada em 1917, a Bayerische Motoren Werke partiu para as motocicletas em 1923. Carro, mesmo, só em 1929. Já Toyota e Suzuki estrearam com teares para a indústria têxtil. André Citroën fez engrenagens por 18 anos antes de ver o primeiro automóvel com seu nome, em 1919.
E a Peugeot, fundada em 26 de setembro de 1810, fez muita coisa antes de chegar aos carros. Tudo começou quando os irmãos Jean-Frederic e Jean-Pierre II transformam o moinho de grãos do pai - Jean-Pierre Peugeot - em uma fundição. A partir de então a gama de produtos se estendeu para artefatos de aço, como serras, armações de guarda-chuva, molas - além dos famosos moedores de café, pimenta e sal, produzidos até hoje.
Bem antes do primeiro automóvel a Peugeot já tinha o leão como símbolo. Foi em 1847 sua primeira aparição, representando a força dos produtos da empresa. Em 1858 fora registrado como marca comercial da companhia.
A Peugeot ainda passou por bicicletas, a partir de 1882. Essa experiência sobre duas rodas levou ao S55, primeiro scooter da marca.
Se não fosse a insistência de Amand Peugeot, bisneto de Jean-Pierre, em diversificar os negócios da empresa e investir no ainda incipiente automóvel, não teria existido o primeiro carro, Type 1, de 1889, um modelo de três rodas movido a vapor. No ano seguinte a Peugeot apresentou o Type 2, impulsionado por motor a combustão da alemã Daimler e, agora sim, com quatro rodas. Foram produzidos 64 deles.
Avançando no tempo, em 1974 a Peugeot adquire 38,2% do capital da Citröen, chegando a 89,95% em 1976, quando então é criado o grupo PSA - agora aliado à FCA na formação do conglomerado Stellantis.
Seis vezes Carro do Ano
Como toda fabricante, a Peugeot fez carros que marcaram sua história. Começando pelo 201, de 1929, primeiro automóvel produzido em massa pela empresa e o que estabeleceu o esquema de três dígitos no nome. E seu descendente 203 foi o primeiro Peugeot produzido após a Segunda Guerra Mundial, em 1948 (ano em que o logotipo do leão estreou nos carros).
Prêmios de Carro Europeu do Ano foram seis: 504 (1969), 405 (1988), 307 (2002), 308 (2014), 3008 (2017) e 208 (2020).
O 205, lançado em 1983, nunca venceu a cobiçada eleição, mas é outro ícone. Na versão GTI, a Peugeot conseguiu desafiar o reinado do VW Golf GTI entre os hot hatches com um modesto 1.6 de 115 cv. "O 205 GTI veio para definir novos padrões em termos de agilidade: possuiu excelente aderência e tração frontal, com maior estabilidade nas curvas", avaliou a revista inglesa Autocar.
E então veio o GTI 1.9 (130 cv), em 1986, que a também inglesa Car definiu como carro da década. Parte da aura do 205 vem do T16, criado para disputar o Grupo B do campeonato mundial de rali. Com um motor de 450 cv acomodado no lugar do banco traseiro, o "L'Enfant Terrible" venceu os títulos de 1985 e 1986. As 200 unidades destinadas ao uso "civil", exigência da FIA para homologar o carro de corrida, era amansada para 200 cv. Em 2018, um deles foi leiloado por US$ 156 mil.
Até 1998, quando saiu de linha, somou 5.278.050 de unidades fabricadas.
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