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Não foi só o do Itamar: VW fez mais três Fuscas conversíveis "secretos"
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(SÃO PAULO) - Fora de linha desde o fim de 1986, o Fusca voltaria a ser fabricado em 1993. O renascimento, inédito no mundo, veio de um pedido do então Presidente da República, Itamar Franco, que via na retomada da produção um caminho para a geração de empregos e um estímulo econômico. Um programa de isenção tributária foi especialmente moldado à motorização refrigerada a ar de Fusca e Kombi.
Para celebrar o controverso retorno do automóvel mais popular do planeta, a Volkswagen encomendou à Sulam - que nos anos 1980, ao lado da Souza Ramos, foi uma das protagonistas na transformação de modelos originais - quatro Fuscas conversíveis.
"Itamar tinha uma estranha fixação em mimetizar Juscelino Kubitschek na sua inauguração da fábrica da Volkswagen, em 1959. Tanto que também pediu quatro conversíveis. O plano só foi atrapalhado por uma inusitada greve, dentro da fábrica, durante a inauguração da linha de montagem do Fusca 'Itamar', deixando espaço só para um Fusca cabriolet, o azulzinho, participar da festa. Um estranho capítulo que nem Freud explica", relembra Alexander Gromow.
De acordo com o ex-presidente do Fusca Clube do Brasil e autor dos livros Eu amo Fusca e Eu amo Fusca II, além do azul - que pouco depois fora comprado pelo ex-presidente e que hoje enfeita o acervo do Memorial da República Itamar Franco, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) - houve um preto, um branco e um vermelho (cujos destinos são desconhecidos).
Em 1996, três anos após a ressurreição, o Fusca deixaria novamente a linha de produção da fábrica da Volkswagen às margens da rodovia Anchieta, em São Bernardo do Campo.
Para a aposentadoria definitiva, a Volkswagen criou a Série Ouro: 1.368 exemplares diferenciados dos demais Fuscas "Itamar" por faróis auxiliares, lanternas escurecidas, logotipo nas laterais e a plaqueta "Fusca", na tampa do motor, em dourado. No interior, bancos com revestimento de Pointer GTI, volante de Gol, painel com fundo branco e vidros verdes.
Pois na sequencia da derradeira versão, que supostamente deveria encerrar a produção do Fusca, vieram mais cinco chassis: dois com carroceria original e três conversíveis. Se o Última Série teve seus mistérios, não seria o Sério Ouro a abrir mão dos seus.
Dono da TAM e ex da Volks
De acordo com o colecionador e pesquisador André Chun, eram todos brancos. Quanto aos conversíveis, aquele que doravante chamaremos de "Um" foi destinado a Rolim Amaro (1942 - 2001), então dono da TAM. "O Comandante Rolim era um entusiasta do modelo e acabou recebendo um desses pela boa relação comercial que sustentava com a Volkswagen, de onde encomendava muitos carros para a frota de sua empresa", explica Chun.
É uma pena que tenha tido seu motor original substituído por um 1.8 com injeção eletrônica, verdadeira heresia para os entusiastas do modelo. E o interior recebeu uma presunçosa forração em couro vermelho. Atualmente o carro pertence a um colecionador de São Paulo.
Já o "Dois" saiu da VW direto para a garagem de Pierre Alain de Smedt (1944 - 2019), ex-presidente da Autolatina e da Volkswagen do Brasil. Como o executivo seguiu para a Bélgica, onde nasceu, após deixar a empresa, é provável que o penúltimo Fusca esteja lá.
E o "Três" é da Volkswagen. Reside atualmente no acervo Garagem VW, que guarda raridades e exemplares históricos da fabricante.
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