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Divisor de águas da Audi, A4 será clássico e elétrico quando chegar aos 30
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(SÃO PAULO) - Resumo da história da Audi: nascida da espinha dorsal da Horch, esta uma das marcas mais luxuosas da Alemanha no alvorecer do século 20, compôs a Auto Union, conglomerado formado por ambas mais as conterrâneas Wanderer e DKW.
Enquanto a Horch fabricava modelos destinados à elite alemã, a Audi Automobil-Werke (depois Audiwerke AG) fornecia modelos requintados, mas num patamar inferior. Algo como os médios luxuosos.
As demais atendiam a outros setores. A DKW o de motos e carros compactos, enquanto a Wanderer ficou com os médios mais espartanos. E assim foi até a Segunda Guerra Mundial devastar a Alemanha.
A Auto Union então praticamente morreu após o desmantelamento das plantas de Chemnitz, Zwickau e Zschopau. Um plano de recuperação acabou levando a companhia para Ingolstadt, onde começaria uma nova vida.
Novamente reorganizada, a Auto Union foi comprada em 1958 pela Daimler-Benz, que em 1964 vendeu a empresa das quatro argolas à Volkswagen. Cinco anos mais tarde, a NSU também seria adquirida pela fabricante do Fusca.
No final de 1966, a Volkswagen já era dona de 100% da Auto Union; a gigante alemã toma também a NSU, formando um novo grupo: Audi NSU Auto Union AG. Foi por aí que a Audi começou a ter vida própria, com modelos robustos e tecnológicos, mas sisudos visualmente.
Até a chegada, ao longo de 1994, da trinca A8, A6 e A4 - respectivamente, sucessores dos modelos V8, 100 e 80.
Embora herdasse muito da linha 80, o A4 marcou a primeira grande cisão estilística da marca. Isso o colocou, em termos mercadológicos, diante dos experientes BMW Série 3 e Mercedes-Benz Classe C. Quando equipado com tração nas quatro rodas e o sofisticado motor 1.8 de quatro cilindros e 20 válvulas (cinco por cilindro), se equiparava também tecnologicamente.
Imediatamente, o novato se tornou um best-seller: já no ano seguinte as vendas bateram 120.000 unidades. E com tantos A4 nas ruas, propagou-se automaticamente a nova identidade visual da companhia alemã. Embora o maior e mais sofisticado A8 tivesse carroceria em alumínio e embarcasse mais requintes, foi o A4 que estampou na Audi o carimbo de marca premium.
Algum tempo depois da estreia do A4, em novembro de 1994, a versão perua, Avant, foi lançada, em fevereiro de 1996. Na sequência (especificamente no Salão de Frankfurt de 1997), os esportivos S4 e S4 Avant, dotados de um 2.7 V6 de 265 cv; e a poderosa RS 4, apresentada em 1999 com 380 cv.
A segunda geração do A4, denominada B6, chega em novembro de 2000. Talvez uma das mais audaciosas em estilo, com seus para-choques "colados" na carroceria, foi a fase que o A4 ganhou versão conversível - que inclusive teve sua versão esportiva, equipada com um V8 de quase 350 cv.
Em 2004 estreia a geração B7, que chegou a ter dez opções de motor, quatro deles novos. Antes de se despedir, em 2007, tornou-se a primeira geração a comportar a linha esportiva RS 4 nas três carrocerias: perua, sedã e conversível - todos equipados com um V8 de 40 válvulas e 420 cv.
Um marco na carreira do A4 se dá em setembro de 2007, quando a geração B8 adota a nova plataforma modular da Audi, denominada MLP, que servia de berço também aos estreantes A5 e Q5, entre outros modelos. Esteticamente, é marcada pela era do designer Walter de'Silva.
Eis que chegamos à geração B9, a quinta encarnação do sedã. Apresentada em 2016, passou por uma certeira reestilização no ano passado. Com um desses convivi por uma semana.
Difícil é encontrar algum defeito no A4. Do que se espera de um sedã médio premium, está tudo ali: acabamento incorrigível, posição de guiar idem, motor 2.0 turbo de 190 cv é mais do que você precisa para dominar a faixa da esquerda, o câmbio S-Tronic de dupla embreagem e sete marchas diverte na tocada esportiva e é sutil nos passeios frugais, há beleza e status. Não tem a tocada afiada de um BMW Série 3, mas empolga.
E custa caro, como qualquer importado hoje. Partindo de R$ 277.990, pode chegar R$ 350.000 quando equipado com motor de 249 cv e tração integral.
Em 2023, prestes a se tornar oficialmente um clássico, o A4 entrará na sexta geração com uma gama amplamente eletrificada, o inclui versões puramente elétricas e, provavelmente, um RS 4 híbrido.
Prestes a completar 30 anos, se tornará clássico e eletrificado quase ao mesmo tempo.
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