Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Por que Cinquecento é o carro certo para popularizar eletrificação da Fiat
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
(SÃO PAULO) - Depois de um hiato de cinco anos, a Aston Martin voltou ao Brasil. E para oficializar seu desembarque e revelar os planos comerciais e a linha de produtos, a UK Motors, importadora da marca inglesa, organizou um encontro com jornalistas na nova loja - à qual cheguei de Fiat 500e.
A bateria ainda guardava 55% de carga, mas com um carro elétrico você não pode perder as oportunidades. "Seu carregador está disponível?", perguntei ao rapaz que organizava o estacionamento. Estava. Então espetei o plugue (Type 2) no carro e fui saber das novidades de uma marca que vendia modelos absolutamente diferentes daquele que eu testava naquela semana. Três horas depois, fui para casa com 85% de bateria.
Essa é uma das belezas do carro elétrico: recuperar a energia gasta numa ida a um supermercado, um shopping, um hotel ou a qualquer lugar que tenha um carregador instalado - como uma concessionária que reestreia por aqui. Por ora tecnicamente de graça, pois a lei determina que apenas distribuidoras de energia podem cobrar por ela.
Quanto ao Cinquecento elétrico, além de levar uma bateria de 42 kW instalada no assoalho, leva também um forte simbolismo por ser o modelo que inaugura a eletrificação em série da Fiat. (Já houve um Panda e um Cinquecento elétricos nos anos 1990 e um 500e em 2015, mas eram puro experimentalismo).
Lançado em 4 de julho de 1957 como substituto do 500 "Topolino", o Nuova 500 consolidou o crescimento industrial da Itália e se associou à aceleração econômica do país no pós-guerra - tal como o Volkswagen Fusca na Alemanha e Citroën 2CV e Renault 4CV na França.
Se o 500 de outrora viabilizou a mobilidade de uma grande parcela da população que nunca tivera um automóvel na Itália, o 500 do Século XXI viabiliza a mobilidade limpa para uma grande parcela da população mundial que decidiu abandonar o carro a combustão.
Pena que o pneu furou
Quem dirige um 500e conduz um pedaço de história automotiva e também um carro prático, divertido e fácil de lidar.
A primeira boa surpresa é que a cabine não é mais o cubículo que era na geração anterior, com a porta espremendo os passageiros da frente. Isso porque o 500e cresceu 5,7 centímetros na largura, além de 6,1 cm no comprimento, 2,2 cm no entre-eixos e 2,9 cm na altura. No banco de trás, uma criança de 7 anos (sentada sobre um booster) foi sem reclamar do espaço.
Bons ângulos de altura e profundidade do volante, ótimo espaço longitudinal e lateral para as pernas e visual moderno também enriquecem a experiência. Acabamento está acima do padrão da Fiat e flerta com o luxo.
O painel é conciso, bem desenhado, compacto e sem uma parafernália de customizações - o que é ótimo. A Fiat acertou no visual e na usabilidade da central multimídia, e no 500e, com uma tela de 10,25", virou uma das referências no assunto.
Em movimento, o 500e não oferece arranques violentos como em muitos elétricos. Mas entrega o bastante para empolgar e garantir que ultrapassagens serão concluídas rapidamente. Seu motor elétrico tem 87 kW de potência (equivalentes a 118 cv) e 22,4 kgfm de torque. Em tese, a bateria dura 320 km.
Acionar as marchas por botões no console não é intuitivo, e um carro de R$ 252.675 (preço em SP) podia vir com um teto solar ou uma cortina que bloqueassem melhor a luz do Sol.
Mas ruim, mesmo, é o kit de reparo para furo do pneu, simplesmente inócuo. Um simples estepe temporário, daqueles fininhos, não teria interrompido antecipadamente uma convivência que só melhorava.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.