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MotoGP 2022: Ducati ou Honda? Mas pode ser Suzuki, Yamaha ou Aprilia!

Pol Espargaró e Marc Márquez no treinos pré-temporada da MotoGP em Mandalika, Indonésia - Dorna/divulgação
Pol Espargaró e Marc Márquez no treinos pré-temporada da MotoGP em Mandalika, Indonésia Imagem: Dorna/divulgação

Colunista do UOL

16/02/2022 16h10Atualizada em 16/02/2022 16h10

Agora só nos resta esperar a luz verde acender em um domingo daqui pouco mais de duas semanas, no Qatar, para ver o Mundial da MotoGP começar com sua já tradicional corrida noturna.

Nas semanas passadas tivemos duas sessões de treinos pré-temporada, em Sepang na Malásia e em Mandalika, Indonésia. Dias onde, como de costume, pilotos se desenferrujaram e novas motos foram testadas. Em anos normais estes testes mostram quem está bem na fita, quem é favorito, e quem vai apenas fazer figuração para encher o grid de largada.

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Fabio Quartararo treina largada com a Yamaha M1 em Mandalika, Indonésia
Imagem: Dorna/divulgação

No entanto, 2022 não parece um ano normal para a MotoGP. Motivos: depois de duas temporadas de congelamento técnico, no qual as fabricantes não puderam atualizar suas motos, este ano liberou (quase) geral. O "quase" fica por conta do regulamento restritivo, que baliza aerodinâmica, peso, tipo de motor e até mesmo uniformiza a importante ECU - Electronic Control Unit, a "centralina", cérebro dos motores.

Mesmo assim, as motos estão cheias de novidades, umas mais, outras menos, e nos testes pré-temporada os pilotos mais rápidos foram Enea Bastianini, com uma Ducati do ano passado, em Sepang, e Pol Espargaró, com a nova Honda, em Mandalika.

Todos sabem que treino é treino, corrida é corrida, e que para ser veloz em qualquer treino a receita é usar pneus macios, pouco combustível no tanque e estar disposto a dar uma volta "tudo ou nada". Ah, também é preciso ter algum talento.

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Marc Márquez e a nova Honda RC 213V, nos treinos pré-temporada em Mandalika, Indonésia
Imagem: Dorna/divulgação

Mais do que colocar Bastanini e Pol Espargaró como protagonistas do campeonato que virá - e eu acredito que ambos farão um campeonato nas linhas de frente -, o que estes testes pré-temporada mostraram é que o equilíbrio entre as marcas é extremo. Entre as seis que competem na MotoGP (por ordem alfabética), - Aprilia, Ducati, Honda, KTM, Suzuki e Yamaha -, vejo apenas a KTM ainda um pouco atrapalhada no desenvolvimento. O resto está em um patamar equivalente, com algum destaque para a Ducati, para a sempre poderosa Honda e para aquela que pode ser considerada a surpresa positiva destes treinos pré-temporada, a Suzuki.

E a Yamaha, moto que deu a Fábio Quartararo o campeonato de pilotos em 2021? Ele mesmo se disse frustrado com a montaria que lhe foi entregue, e afirmou que antes mesmo do primeiro Grande Prêmio a YZF-M1 2022 já está no limite. Blefe ou fato? Vai saber, todavia a Yamaha de 2021 estava em um patramar alto, e por mais que não tenha evoluído tanto quanto Quartararo gostaria, ele estará no páreo.

Disse que a Suzuki surpreendeu, e isso tanto por causa da velocidade demonstrada quanto por ser capaz de fazer muitas voltas em ritmo forte. O mesmo também pode ser dito da Honda, que "acertou a mão" na nova R213V, deixando Marc Márquez e Pol Espargaró bem animados.

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Alex Rins, com a Suzuki GSX-RR em Mandalika, Indonésia
Imagem: Dorna/divulgação

Ter na disputa da ponta estas duas marcas que em 2021 estiveram relativamente na sombra confirma que a chave da temporada parece que será o forte equilíbrio, e que a melhor aposta a fazer para o resultado do Qatar é... não apostar! Aos favoritos de sempre podem se juntar surpresas. Em Sepang, 20 pilotos estavam em 1s066. Em Mandalika, os mesmos 20 estavam em 0s855. Competitividade extrema é nome disso.

Confirmado o equilíbrio, portanto, mas é importante lembrar que alguém pode ter escondido as cartas, algo que é do jogo no esporte a motor, e que somente no dia 6 de março, quando a bandeira quadriculada for dada no GP do Qatar, que saberemos a verdade. Afinal de contas, treino é treino, corrida é corrida!

Treino pré-temporada MotoGP

Mandalika/Indonésia, 11, 12 e 13 de fevereiro de 2022

Melhores tempos:

1. Pol Espargaró, Honda, 1min31s060
2. Fabio Quartararo, Yamaha, 1min31s074
3. Luca Marini, Ducati, 1min31s289
4. Aleix Espargaró, Aprilia, 1min31s385
5. Franco Morbidelli, Yamaha, 1min31s416
6. Francesco Bagnaia, Ducati, 1min31s436
7. Alex Rins, Suzuki, 1min31s477
8. Maverick Viñales, Aprilia, 1min31s478
9. Marc Márquez, Honda, 1min31s481
10. Johann Zarco, Ducati, 1min31s488
11. Brad Binder, KTM, 1min31s574
12. Joan Mir, Suzuki, 1min31s586
13. Enea Bastianini, Ducati, 1min31s599
14. Alex Marquez, Honda, 1min31s603
15. Miguel Oliveira, KTM, 1min31s620
16. Jorge Martin, Ducati, 1min31s665
17. Takaaki Nakagami, Honda, 1min31s687
18. Jack Miller, Ducati, 1min31s870
19. Andrea Dovizioso, Yamaha, 1min31s890
20. Marco Bezzecchi, Ducati, 1min31s901
21. Fabio Di Giannantonio, Ducati, 1min31s915
22. Raul Fernández, KTM, 1min32s401
23. Remy Gardner, KTM, 1min32s598
24. Darryn Binder, Yamaha, 1min33s049