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MotoGP: 360 km/h na pista mais bela e desafiadora do calendário

Retão de Mugello: as MotoGP chegam a 360 km/h - Dorna/divulgação
Retão de Mugello: as MotoGP chegam a 360 km/h Imagem: Dorna/divulgação

Colunista do Uol

27/05/2022 16h09Atualizada em 27/05/2022 16h09

Neste próximo final de semana será disputado o Grande Prêmio da Itália em Mugello, na bela região da Toscana, Itália. A pista, de propriedade da Ferrari, é uma joia sob vários pontos de vista. Primeiro deles, a paisagem estupenda, com o traçado que serpenteia entre verdes colinas, cenário que faz jus ao apelido da Itália, "Bel Paese".

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Mugello, uma das mais belas e desafiadoras pistas da MotoGP
Imagem: Dorna/divulgação

Não bastasse o lugar bonito, Mugello é uma pista "old style", com tudo de bom (e um pouco de ruim, a longa extensão de mais de 5 km) que isso representa. Tem curvas de todo tipo e o terreno com desníveis acentuados que promove deliciosas e desafiadoras frenagens em subida e descida, e tem a reta. Ah, a reta! Mais de 1,1 km de mão no fundo, que na altura de seus 2/3 tem um desnível, um morrinho justamente onde as motos passam a plena velocidade, vale dizer, acima dos 360 km/h.

Em outra época de minha vida eu "cometi" a proeza de superar os 200 km/h em uma moto. Foi uma experiência reveladora, pois entendi que aquela velocidade, agarrado a um pedaço de metal (mal) apoiado em duas pequenas áreas de contato, não era para mim. Prazer zero e... para quê mesmo?

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Mugello, na Itália, pista "old style" do calendário da MotoGP
Imagem: Dorna/divulgação

No caso dos pilotos da MotoGP, esse "para quê mesmo?" tem resposta óbvia: é a profissão deles, que oferece glória, popularidade e boa remuneração. Mas o desafio de dar 23 voltas de um Grande Prêmio em Mugello), constantemente superando em cerca 60 km/h a velocidade que um Boeing 747 de 400 toneladas precisa para sair do chão me impressiona demais, pois ainda está viva na minha memória a sensação (pânico!) de andar de moto a "apenas" 200 km/h.

Velocidades máximas insanas à parte, outro detalhe importante da pista de Mugello é que por suas características ela é considerada por pilotos e torcida uma das mais nobres do calendário, rivalizando talvez com a holandesa Assen, conhecida como "A Catedral da Motovelocidade". Ambas etapas poderiam ter a pontuação dobrada, pois realmente separam os homens dos meninos, um lugar espetacular que os pilotos e fãs da MotoGP sabem ser muito especial.

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Moto italiana e vencedor idem: aconteceu em 2019, Petrucci com Ducati
Imagem: Dorna/divulgação

Tendo em vista o andar da carruagem desta temporada 2022 apostar na vitória de uma Ducati em Mugello é meio óbvio. A marca italiana desde que estreou na MotoGP se caracteriza por fazer motores "canhão", que humilham a concorrência em termos de aceleração e velocidade máxima. Além disso, são nada menos que nove as Ducati inscritas nesse GP da Itália, contra no máximo quatro motos de outra marca. Apesar desta estatística brutalmente favorável à marca de Bolonha, há uma perspectiva interessante para este domingo, totalmente pasta&pizza como os domingos devem ser: nos treinos desta sexta, a marca de motos menos representada no grid da MotoGP (duas motos), a também italiana Aprilia, cravou o melhor tempo...

A análise das Top Ten nos treinos desta sexta mostra que seis motos são Ducati. Cadê as dominadoras japonesas Honda e Yamaha, marcas mais vencedoras da MotoGP? 9º Quartararo de Yamaha e 10º Marquez de Honda. Mau resultado que, sabemos, pode mudar radicalmente no domingo. Porém, para alegria dos europeus, na lista do Top Ten desta sexta-feira além da Aprilia e Ducati aparece também a austríaca KTM, 7ª colocada.

Enfim, o resumo desse blábláblá todo é, se puder, não perca o Grande Prêmio da Itália neste domingo, na TV por assinatura. vVale a pena pela paisagem, pela disputa e pelo espetáculo incomparavelmente emocionante, sem rival no esporte a motor mundial.

PS: e ainda tem outros motivos para não perder o GP da Itália domingo. Eric Granado na MotoE, é candidato a vitória (e favorito ao título) e o brasileiro Diogo Moreira, que compete na Moto3, a categoria de entrada, é o melhor estreante da classe, já sendo considerado um fora de série pela imprensa mundial. Viva!