Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Quatro versões de carros que merecem uma reflexão antes da compra
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Alguns carros ganham notoriedade por seus erros. Foi o caso do Hyundai Veloster, que era importado com um motor 1.6 de HB20 e chamado de esportivo. Não demorou muito para ser apelidado de "Lentoster".
Apesar de não chegar a esse nível de inadequação de posicionamento, há configurações de modelos no mercado que não fazem sentido quando paramos para analisar. Conheça quatro delas!
Fiat Argo S Design 1.3
Nos últimos dias avaliei a versão S Design 1.3 do Fiat Argo, e foi então que tive a ideia de fazer a coluna da semana sobre o tema. Ele é equipado com motor 1.3 aspirado de até 109 cv e 14,2 kgfm de torque. O câmbio é manual. Até aí tudo bem: a parte mecânica do veículo é bem honesta, as marchas são fáceis de encaixar, a direção é leve (conta com assistência elétrica) e o acabamento adequado.
No entanto, a lista de equipamentos parece não fazer muito sentido. Por R$ 76.690, o consumidor leva central multimídia, partida por botão, chave por sensor de presença e ar-condicionado digital. Mas faltam itens básicos como câmera de ré.
Outro detalhe: o modelo tem interior escurecido, mas a iluminação interna não foi preparada para isso. Foi preciso acender a lanterna do celular para procurar objetos dentro do carro. Detalhe: à luz do dia.
Honda HR-V Touring
O Honda HR-V Touring é um excelente carro. Tem motor 1.5 turbo que entrega 173 cv de potência e 22,4 kgfm de torque. O desempenho é ótimo, mas há uma questão: o preço. Ele custa R$ 157.100, R$ 25.300 a mais do que a configuração anterior, com motor 1.8 aspirado, a EXL.
Para se ter uma ideia, é a opção mais cara entre os SUVs compactos e chega a custar o mesmo que o Honda Civic Touring, que tem o mesmo motor, uma lista de equipamentos mais generosa e uma plataforma superior - a plataforma do HR-V é a mesma do City e Fit.
Jeep Compass S
Seguindo a linha de versões que não fazem tanto sentido está a topo de linha do Jeep Compass flex, a S. Ela custa R$ 203.490, R$ 20 mil a mais do que a vem abaixo, a Limited (R$ 183.890,00).
Equipada com o novo motor T270 Turbo Flex, possui até 185 cv de potência e 27,5 kgfm de torque máximo. Tem uma lista de equipamento longa, com diversas tecnologias semiautônomas. A questão é que, com R$ 208.890, o consumidor leva para casa o Compass Longitude 4x4.
A lista de equipamentos é mais enxuta, mas, em compensação a mecânica é muito superior. O motor turbo diesel entrega 170 cv de potência, 35 kgfm de torque, a transmissão é de nove marchas e a tração é integral nas quatro rodas. O desempenho é incomparável, tanto no sentido dinâmico como de consumo.
Toyota SW4 Flex
Se eu pudesse te dar um conselho, diria: não compre uma picape média - ou um derivado dela - bicombustível. Via de regra, um veículo tão pesado responde muito melhor com um motor a diesel, tanto no desempenho dinâmico, quanto no consumo.
Nesse contexto está a SW4 Flex com sete lugares, um veículo de R$ 256.090, pouca tecnologia comparada a outros modelos (não há sistemas de condução semiautônoma ou ar-condicionado dual zone) e a tração é 4x2.
No entanto, para ter uma versão a diesel de sete lugares, seria necessário desembolsar R$ 364.890 ou partir para a concorrente Chevrolet Trailblazer por R$ 325.090. No atual cenário, se eu precisasse de um carro com essa configuração, esperaria o lançamento do Jeep Commander, que deverá custar na faixa de R$ 250 mil e ainda será mais tecnológico.
Para não errar
Para não se arrepender depois, antes de comprar um carro, esqueça um pouco o desejo e use a racionalidade. Anote os equipamentos e itens essenciais para você, e encontre um modelo com o melhor custo-benefício para o que você precisa.
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