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Renault Kwid tem cacife para ser o novo carro da família brasileira?
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Por muitos anos, o carro de entrada da família brasileira foi um sedã. Com o passar do tempo e o surgimento de opções mais populares, passou a ser um hatch, como os populares Chevrolet Corsa/ Celta, Fiat Uno e Volkswagen Gol. Atualmente, o que resta para quem quer ter um carro zero-quilômetro pagando o mínimo possível são os subcompactos. Mas, afinal, eles atendem de fato uma família?
Os carros novos mais baratos do País são o Renault Kwid (a partir de R$ 59.090) e o Fiat Mobi (R$ 62.950). Ambos têm pouco mais de 3,5 metros de comprimento: 3,68 m e 3,59 m, respectivamente. Mas o Fiat tem uma imensa desvantagem quando o assunto é atender uma família: conta com apenas 200 litros de porta-malas, contra 290 litros do Renault.
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A baixa capacidade do bagageiro impossibilitaria o Mobi de levar uma família de quatro pessoas para uma viagem, por exemplo. Ou até mesmo em um simples passeio, em que bolsas e carrinho de bebê são necessários. Por outro lado, o porta-malas do Kwid e seus 290 litros não é o bagageiro dos sonhos, mas já se iguala ao de categorias superiores.
Já o espaço interno pode ser um empecilho para famílias maiores. Para se ter uma ideia, o Onix tem 2,52 m de entre-eixos, medida que impacta diretamente a área da cabine. No Hyundai HB20 são 2,53 m. Já no Kwid são 2,42 m. Dez centímetros parece pouco, mas fazem diferença entre as pernas do passageiro de trás e o banco da frente. A largura do banco também é prejudicada: é cerca de 13 cm menor do que um hatch compacto.
E o desempenho?
Se o consumidor entendeu que a família e seus pertences cabem em um Kwid, é hora de avaliar o desempenho. Por baixo da carroceria, a atualização do subcompacto ganhou controle eletrônico de estabilidade e sistema de partida em rampa, além de atualizações no propulsor. O motor foi recalibrado para atender as novas normas de emissões e ganhou um pouco mais de potência: eram 66 cv com gasolina e 70 cv com etanol, que passaram para 68 cv e 71 cv, respectivamente. O torque também melhorou um pouco: 9,4 kgfm com gasolina e 10 kgfm com etanol, sempre aos 4.250 rpm.
De acordo com o Inmetro, o Kwid faz na cidade 15,3 km/l com gasolina e 10,8 km/l com etanol. Na estrada, 15,7 km/l com gasolina e 11 km/l com álcool. É um carro econômico e com fôlego suficiente para a cidade, mas não é a melhor opção para quem pega estradas de fluxo pesado com frequência. Ele pode passar insegurança ao ultrapassar um caminhão, por exemplo. Se essa é a maior necessidade da sua família, melhor considerar um usado com motor maior.
É pelado?
O Renault Kwid é um carro de entrada, não tem opção de câmbio automático nem luxos. Mas todas as versões saem de fábrica com quatro airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, ar-condicionado e direção com assistência elétrica. Nas versões mais completas, tem central multimídia, câmera de ré e rodas de liga leve.
Por outro lado, falta o conforto de um banco mais robusto, vidro elétrico traseiro e ajuste do encosto de cabeça. Além disso, para reduzir custos, o acionamento do vidro elétrico dianteiro é feito por botões no console central. A Renault também economiza alguns metros de fio ao não oferecer luz no porta-malas. Mas a família brasileira já é acostumada a cortar na carne para baixar custos, desde o Volkswagen Fusca Pé de Boi (1966), que não tinha nem emblema da marca, e do Gol 1.000 1993, que perdeu o retrovisor direito para caber no preço.
R$ 60 mil por isso?
Pensar que o carro mais barato do Brasil custa praticamente o salário integral do trabalhador médio durante cinco anos é assustador.
As montadoras justificam o aumento do preço citando a inflação das commodities, a falta de componentes e o aumento nas exigências legais nos carros, dentre outros argumentos.
Eles são reais, mas a verdade é que existem duas máximas que impedem os brasileiros de pagar menos por um veículo: a carga tributária, na faixa de 40% (a média nos países desenvolvidos é de 20%), e a desvalorização do real, já que a maior parte dos componentes são vendidos em dólar. Enquanto isso não mudar, a família brasileira terá de se contentar com cada vez menos?
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