Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
'Carroças' em alta? Por que brasileiro busca cada vez mais um carro velho
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Desde 2014 os carros novos estão ficando cada vez mais seguros e tecnológicos. Naquele ano, passaram a ser obrigatórios airbags frontais e dos freios ABS. Em 2018, foi a vez da obrigatoriedade de cinto de três pontos, encosto de cabeça em todos os assentos e o prendedor de cadeirinhas infantis.
Até 2030, os veículos novos terão dez novos itens obrigatórios de segurança, incluindo alerta de colisão frontal e câmera de ré. Mas, pelo andar da carruagem, a maior parte dos brasileiros vai demorar para usufruir dessas tecnologias. Muitos não têm acesso nem mesmo aos airbags, exigidos há oito anos.
De acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), 1.316.272 veículos usados foram vendidos apenas no mês de agosto, 9% a mais em relação a julho. No mesmo mês, informações da Fenauto (Federação dos Revendedores de Automóveis) mostram que os modelos com 13 anos ou mais foram os preferidos do público, com 470.845 unidades vendidas. A venda de modelos com 9 a 12 anos de uso também subiu.
Outros dados corroboram para o cenário: o portal OLX apurou que os modelos usados mais procurados no portal no segundo trimestre do ano custam entre R$ 10 mil e R$ 25 mil, representando 26% da procura. Quando o assunto é idade, os veículos de 10 a 13 anos são os mais buscados, por 21,5%, seguido pelos de 7 a 9 anos, por 19%.
Por que tão velhos?
A idade dos carros procurados reflete diretamente o poder de compra do brasileiro sendo encolhido. Quando o preço dos carros novos subiu, a população teve que recorrer aos usados, e foi optado por modelos mais antigos a cada galope da inflação, principalmente direcionada ao setor.
A tendência é que, com o passar dos anos e introdução de novas tecnologias, o preço do carro novo fique ainda mais amargo para a população mais pobre. Segundo dados da Bright Consultoria, desde a promulgação do Rota 2030, em 2018, considerando mudanças de mix nos segmentos e melhorias tecnológicas nos veículos, o preço médio dos dez carros mais vendidos, corrigido pela inflação, era de R$ 90.300. Em setembro de 2022, a média de preço dos modelos mais comercializados saltou para R$ 129.450 - um aumento de mais de 40% em termos reais.
Não se discute a importância dessas tecnologias, mas também é verdade que elas custam dinheiro.
Vale a pena comprar um carro com mais de 10 anos?
A maior preocupação em relação a um carro mais antigo é se a manutenção foi feita corretamente. Especialistas explicam que, quanto mais idade um carro tem, menos cuidado o dono atual tem com detalhes. Começa a deixar de calibrar os pneus ou trocar o óleo no prazo, comprometendo o funcionamento de diversas peças.
Outro problema é em relação aos itens de segurança, um carro de 10 anos atrás, possivelmente não terá airbags, um item de fundamental importância para evitar mortes no trânsito. E se tiver, é provável que não tenha sido trocado na data necessária.
Também é provável que o carro consuma mais combustível e dê mais custos com manutenção, pois as peças já estão mais desgastadas. Mas é claro que o ideal está bem longe da realidade. Por isso, se a intenção é ter um carro para locomoção, com valor curto, o importante é verificar o estado de conservação. Ao menos, há de se pagar um IPVA mais barato.
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