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Paula Gama

REPORTAGEM

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Por que as vendas de carros da Honda caíram mais de 30% em 2022

Durante boa parte do ano, City sedã e hatch foram os únicos modelos da Honda à venda - Marcos Camargo / UOL
Durante boa parte do ano, City sedã e hatch foram os únicos modelos da Honda à venda Imagem: Marcos Camargo / UOL

Colunista do UOL

16/01/2023 04h00

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O ano de 2022 não atingiu as expectativas quando o assunto é venda de carros. Os números finais contrariaram até mesmo as previsões mais conservadoras da indústria e o mercado brasileiro encolheu 0,7% em relação ao ano anterior, vendendo 2,1 milhões de veículos, contra 2,12 milhões em 2021. Para a Honda, o achatamento foi ainda maior. Se em 2021 a japonesa emplacou 81.446 veículos, em 2022 o número baixou para 56.689, uma queda superior a 30%.

Além da falta de componentes, que ainda afetou a produção de algumas montadoras no ano passado, a principal razão da queda de participação de mercado da Honda - de 5,23% para 3,59% - foi o encolhimento do portfólio. Saíram da lista de produtos Fit, WR-V, Accord, CR-V e Civic. Até agosto, nem mesmo o best-seller HR-V, que foi atualizado, esteve nos showrooms.

A reestruturação da marca deixou em apuros os concessionários, que tiveram que se virar durante boa parte do ano apenas com City sedan e hatch, modelos com ticket médio mais baixo em relação aos que se despediram, com exceção de algumas versões do monovolume Fit.

"Antes da chegada do HR-V, no segundo semestre, passamos meses complicados, com apenas dois carros para vender. Se o cliente quisesse um SUV, tínhamos que cruzar os braços e vê-lo buscar a concorrência", revelou o executivo de um revendedor Honda.

Outro concessionário afirmou que alguns meses foram tão difíceis que chegaram a pensar em fechar algumas lojas do grupo. "Não é que a gente não confie na marca, sabemos que estamos passando por uma reestruturação, mas saímos do momento mais crítico da pandemia sem opções de carro para vender. Seguimos em frente confiando nos modelos que estão por vir", pondera.

O que vem por aí?

O Civic 2023 será híbrido e custará R$ 250 mil  - Divulgação - Divulgação
O Civic 2023 será híbrido e custará R$ 250 mil
Imagem: Divulgação

A reestruturação da marca é clara quando olhamos para os próximos modelos que chegarão ao seu portfólio. Para se ter uma ideia, no Salão do Automóvel de Los Angeles, em setembro de 2022, uma das mostras de carros mais importantes do mundo, a Honda foi uma das marcas que mais apresentou novidades para o Brasil.

Além dos recém-lançados City e HR-V, que logicamente continuarão no portfólio, vem por aí a 11ª geração do Civic, que será híbrida, a ser apresentada nas próximas semanas, além dos inéditos ZR-V, Civic Type-R e CR-V híbrido. Uma linha de produtos que tem a mira apontada para a concorrência, principalmente, a arquirrival e conterrânea Toyota.

Novo Honda ZR-V chega em 2023 - Divulgação - Divulgação
Novo Honda ZR-V, principal aposta, chega em 2023
Imagem: Divulgação

A nova geração do Civic será lançada nos próximos dias, importado da Tailândia. Mas há uma notícia ruim para os amantes do modelo de todo o país, ele só estará à venda por cerca de R$ 250 mil em seis capitais: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.

A marca também trará o esportivo Civic Type R, com tração dianteira e transmissão manual de seis velocidades e motor 2 litros turbo que gera 319 cv de potência e entrega 42,8 kgfm de torque. O carro terá carroceria hatchback e chegará até junho, importado do Japão.

Honda CR-V Hybrid 2023 - Divulgação - Divulgação
Honda CR-V Hybrid 2023
Imagem: Divulgação

A grande aposta da marca para este ano só chegará no segundo semestre. Virá do México, para brigar com Corolla Cross e Jeep Compass, o ZR-V. Por vir de um país com acordo de isenção de impostos com o Brasil, a expectativa da rede de concessionárias é que tenha preços competitivos. No entanto, a linha que é oferecida atualmente no México só conta com propulsão aspirada a combustão e câmbio CVT. Enquanto isso, os concorrentes têm trunfos: o Corolla Cross ainda pode ser híbrido flex e o Compass, híbrido plug-in ou diesel.

Também vem por aí um utilitário esportivo híbrido, com o mesmo conjunto motor do Civic, o CR-V, que será o topo de linha entre os SUVs da japonesa.

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