Engate: por que mania nacional é proibida na Montana e em outros carros

Mania nacional, os engates de reboque estão presentes nos carros de muitos brasileiros, apesar de a maior parte deles nunca ter sido usado.

A "moda" pegou graças a uma fake news que se tornou consenso popular: a crença de que a bola metálica serve de proteção contra colisões traseiras.

Outros gostam da estética. Na realidade, o uso indevido do acessório pode provocar ainda mais estragos no veículo, render multa e até perda da garantia de fábrica.

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Isso sem contar que existem veículos cujas fabricantes proíbem a instalação do engate de reboque.

Engate não é item de segurança

É comum ter cuidado redobrado quando vamos estacionar um carro atrás de outro veículo com engate instalado.

Por isso, alguns proprietários se sentem mais protegidos contra pequenas colisões.

Mas Emerson Feliciano, integrante do Cesvi Brasil (Centro De Experimentação e Segurança Viárial), explica que esse é um equívoco.

"Muitos condutores acreditam que o engate irá 'proteger' o carro e evitar possíveis danos ao para-choque em colisões traseiras. Mas é um equívoco perigoso, já que a peça pode, inclusive, ser pior em uma batida", afirma.

Dependendo do tipo de impacto, o equipamento pode afetar pontos da estrutura do veículo. Além disso, por reduzir a superfície de contato, o engate pode anular o efeito do para-choque, aumentando o impacto da batida para os ocupantes do carro.

Engate proibido

Outro detalhe importante é que alguns modelos de veículos não podem ter o engate instalado, já que não têm capacidade de reboque, sob pena de perda da garantia de fábrica.

É o caso da nova Chevrolet Montana, picape compacta recém lançada. Outros produtos da montadora também não estão aptos a receber a peça: Onix, Onix Plus e Tracker. A informação consta no manual de instruções dos automóveis.

Os Toyota Yaris, Etios, Camry, RAV4 e Corolla (fabricado até 2019) também não podem ter o equipamento instalado, assim como Renault Kwid, Nissan Kicks e Honda Fit.

Item também pode render multa

Caso recebam o engate, esses veículos estão sujeitos a multa de R$ 195,23 por infração grave, mais retenção para regularização e o acréscimo de cinco pontos no prontuário da CNH.

"As penalidades estão previstas para a instalação do equipamento, ou seja, são válidas mesmo quando não houver reboque acoplado durante eventual fiscalização de trânsito", informa Marco Fabrício Vieira, conselheiro do Cetran-SP (Conselho Estadual de Trânsito de São Paulo) e autor do livro "Gestão Municipal de Trânsito".

De acordo com Vieira, no caso de veículos leves aptos a receber engate, o PBT (Peso Bruto Total) não pode passar de 3.500 kg.

O PBT compreende a soma dos pesos do veículo, do reboque, dos passageiros e da carga transportada. Essa capacidade deve ser informada pelo fabricante ou importador ao Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e constar no manual do proprietário, como também no CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo) - documento de porte obrigatório.

Além desses documentos, esclarece o especialista, o agente da autoridade de trânsito também deve verificar se o engate apresenta todos os requisitos legais.

Se for instalado como acessório, deve trazer uma plaqueta metálica inviolável trazendo registro no Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Metrologia), nome e CNPJ da fabricante, modelo de veículo ao qual se destina e a capacidade máxima de tração do automóvel.

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