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Paula Gama

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Heróis da resistência: 4 bons hatches provam que você não precisa ter SUV

O Hyundai HB20 Platinum Plus tem lista de equipamentos generosa, mas custa quase R$ 120 mil  - Reinaldo Canato/UOL
O Hyundai HB20 Platinum Plus tem lista de equipamentos generosa, mas custa quase R$ 120 mil Imagem: Reinaldo Canato/UOL

21/02/2023 04h00

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Apesar de a categoria de hatches ser vista, atualmente, como a de "carros de entrada", há grande variedade entre as opções do mercado.

Em tempos nos quais muitos consumidores preferem os SUVs, existem hatches tão ou mais equipados que vale a pena considerar.

Além disso, os compactos, via de regra, costumam ser mais acessíveis

Nas últimas semanas, testei quatro hatches completamente distintos.

Rodei com modelos equipados com câmbio manual e automático, incluindo um exemplar elétrico e até uma opção premium.

Afinal, todos eles valem a pena?

Confira e veja se um dos hatches a seguir combina com o seu bolso e as suas necessidades.

Volkswagen Polo 170 TSI

O Polo TSI ficou menos potente, mas cumpre o que promete  - Divulgação - Divulgação
O Polo TSI ficou menos potente, mas cumpre o que promete
Imagem: Divulgação

O modelo mais simples da lista é o Volkswagen Polo 170 TSI, a versão mais barata com motor turbo do hatch.

Em sua última atualização, o veículo sofreu um downgrade: teve o motor 200 TSI 1.0 turbo de 128 cv e 20 kgfm de torque substituído pelo 170 TSI de 116 cv e 17 kgfm, que equipava o up!.

O propulsor é associado a uma transmissão manual de cinco marchas e o veículo tem preço sugerido de R$ 94.490.

Ao volante, o carro evolui bem, apesar de os 12 cv que se foram tenham deixado saudade.

Enquanto o antigo Polo era divertido de dirigir, o atual cumpre o que promete, sem sobras. Os freios traseiros também desceram de categoria: os discos foram substituídos por tambores, já que o modelo está menos potente.

O que mais incomodou foi a lista enxuta de equipamentos para um carro de quase R$ 95 mil.

A versão não tem câmera de ré, apenas sensor de estacionamento. O acabamento interno cumpre a proposta de ser bem simples.

Em compensação, a direção é leve e o câmbio tem bom encaixe de marchas. Se vai valer a pena frente aos concorrentes, que têm opções mais baratas com conjunto similar ou mais equipado, vai depender da negociação.

Hyundai HB20 Platinum Plus

O visual do HB20 ficou menos polêmico após a última atualização - Reinaldo Canato/UOL - Reinaldo Canato/UOL
O visual do HB20 ficou menos polêmico após a última atualização
Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Passando de uma opção manual para um hatch de "entrada" topo de linha, o Hyundai HB20 Platinum Plus tem equipamentos que dão inveja em muitos modelos premium e cobra R$ 117.090 por isso.

O conjunto motriz é composto pelo motor turbo 1.0 TGDI de até 120 cv e 17,8 kgfm de torque, combinado com uma transmissão automática de seis velocidades.

Dentre os pontos positivos está o acabamento, com materiais macios ao toque nas áreas de contato e bons encaixes, alé, da lista generosa de equipamentos.

A versão tem central multimídia de oito polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio e auxílios à condução: assistentes de centralização em faixa, sistema de frenagem autônoma de emergência, piloto automático, tráfego cruzado traseiro, carregador sem fio para smartphone, detector de fadiga e farol alto adaptativo, dentre outros.

Apesar de o motor responder bem aos comandos nos pedais, sem faltar fôlego nas arrancadas e nas retomadas, o tremor, que é consequência da arquitetura de três cilindros, incomoda.

Após um trajeto de trânsito intenso em baixas velocidades, é possível sentir o impacto da vibração, causando certo cansaço nos braços.

Pelo preço, também é importante avaliar o grau de utilidade das tecnologias semiautônomas no seu dia a dia, já que elas são relevantes e aumentam a segurança, mas nem todos se adaptam.

Chevrolet Cruze Sport6 RS

O Chevrolet Cruze Sport6 RS é um dos hatches mais esportivos do mercado - Divulgação - Divulgação
O Chevrolet Cruze Sport6 RS é um dos hatches mais esportivos do mercado
Imagem: Divulgação

Uma espécie praticamente em extinção, o Cruze RS é um hatch médio que pode ser considerado premium, antigo concorrente do saudoso Volkswagen Golf.

Seu ponto alto, certamente, é a dirigibilidade: tem um motor 1.4 turbo de 153 cv e 24 kgfm de torque e freio a disco nas quatro rodas.

É a melhor opção desse segmento para quem busca esportividade, com um estilo de condução muito divertido, mas custa R$ 168.190.

Nessa versão, há detalhes em preto na grade, logotipo, spoiler traseiro, teto, entre outros. O acabamento interno também agrada, sendo superior ao do próprio Tracker, modelo que tem projeto mais novo e, dependendo da versão, preços semelhantes.

O Cruze RS deixa a desejar, no entanto, na lista de equipamentos.

Logo de cara, sentia falta das borboletas para trocas manuais atrás do volante, a troca é feita pela alavanca de câmbio, o que "quebra o clima" esportivo.

O carro tem ar-condicionado automático, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, central multimídia, botão de partida e faróis automáticos.

Contudo, poderia ter tecnologias de direção semi autônomas. Ainda assim, vale a pena para quem busca um hatch, de fato, esportivo.

Renault Kwid E-Tech

Renault Kwid E-Tech elétrico tem bom desempenho na cidade e é mais sofisticado que modelo a combustão  - Divulgação - Divulgação
Renault Kwid E-Tech elétrico tem bom desempenho na cidade e é mais sofisticado que modelo a combustão
Imagem: Divulgação

Um dos elétricos mais baratos do Brasil, o e-Kwid também é a opção mais diferente da lista.

Para começar, estamos falando de um subcompacto de quase R$ 150 mil.

O motor elétrico tem 65 cv e 11,5 kgfm e, apesar de parecer pouco, o torque imediato proporciona uma condução bem agradável até os 80 km/h.

Por isso, o Kwid elétrico é, mais do que tudo, uma opção urbana.

Fácil de estacionar por conta do porte e da câmera de ré, tem direção macia, câmbio automático e acabamento superior ao do Kwid a combustão, com apliques acolchoados nas portas.

Tem autonomia para rodar até 298 km em trajetos urbanos, mas não recomendo usá-lo em viagens, já que a baixa potência pode prejudicar a chegada em velocidades mais altas, tornando as ultrapassagens mais perigosas.

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