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Teto flutuante: como nova onda vem se perdendo na criatividade brasileira
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Há décadas o mercado automotivo brasileiro é tomado por carros de cores sóbrias: branco, preto e prata. No entanto, nos últimos anos, uma tendência chegou para quebrar um pouco o marasmo: a do teto flutuante e, em boa parte dos casos, bicolor. A estratégia de design escurece a última coluna do veículo, entre a porta de trás e o porta-malas, causando uma sensação de que não há nada ligando o teto à carroceria, mas tem muita gente que não entendeu a proposta.
Ao observar os carros de duas cores nas ruas, muitos brasileiros aproveitam para deixar a criatividade tomar conta na hora de personalizar o seu veículo, e acabam não se atentando para um detalhe: para seguir a tendência à risca, é necessário que a coluna C seja escurecida, para se misturar aos vidros e, realmente, causar a sensação de "teto flutuante".
Também é importante que o topo das portas sejam da mesma cor do teto. Caso contrário, será um carro "minissaia", como os tradicionais picolés de dois sabores.
Fabien Darche, especialista em design automotivo, explica que a tendência foi resgatada do Citroën DS 56, fabricado entre as décadas de 50 e 70 na Europa. O modelo tinha linhas bem arrojadas e, para combinar, criaram um teto flutuante, com detalhes em cromado na coluna C.
O especialista explica que, na versão moderna dessa estratégia de design, as montadoras fizeram uma releitura do DS56 com a coluna C escurecida. Segundo ele, foi uma solução encontrada para resolver um "problema" em relação aos SUVs.
"Nas pesquisas com clientes, o público urbano e feminino achava esses modelos muito grandes. Eles tinham a sensação de que o carro não iria se adaptar ao dia a dia das cidades. Colocar o teto preto foi a solução para que o veículo parecesse menor, a tendência pegou e acabou virando moda", conta Fabien Darche.
Dicas para quem vai fazer isso "em casa"
A estratégia virou uma verdadeira febre. Se popularizou tanto, que até mesmo modelos que não saem de fábrica com essa opção de pintura, têm sido plotados por seus proprietários. A tendência que começou com SUVs já é vista em subcompactos, como Kwid, sedãs e até picapes. É importante se atentar que o teto preto reduz o veículo visualmente, por isso, não fica interessante para modelos que já possuem a parte de cima encurtada, causando uma desproporção.
Por falar em desproporção, dependendo do modelo, também pode causar uma certa distorção visual colocar uma cor escura embaixo e clara em cima, criando a ideia de que o teto do carro é maior, e a carroceria é menor.
Outro cuidado deve ser tomado na hora de escolher as cores. Fabien Darche explica que as fábricas costumam testar diversas combinações antes de oferecer em seu portfólio.
"Percebemos que colocar a cor da carroceria muito próxima da cor do teto, por exemplo, como preto e marrom, causa estranheza. Também não é uma proposta unir cores muito chamativas, em alguns casos dão certo, em outros, pode prejudicar o design e causar um choque", alerta.
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