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Lata Velha: atração da Globo volta com mudanças após processos e polêmicas
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Com 18 anos de história, o quadro "Lata Velha" continua conquistando a atenção dos brasileiros.
O retorno da atração aconteceu no mês passado e ajudou o "Domingão do Huck" (TV Globo) a conquistar a sua melhor audiência em 2023.
Dessa vez, o "Lata Velha" contou a história da assistente social Carla Jeremias e do seu Fusca 1967, o Furioso. O retorno da programação também deu pistas de que a produção aprendeu com erros do passado e está tentando fugir das polêmicas.
Durante toda a sua trajetória, sempre sob o comando de Huck, o quatro realizou mais de cem restaurações, reuniu boas histórias e muitas polêmicas. Reformas de gosto duvidoso, participantes insatisfeitos, veículos abandonados, carro trocado e moto que só funcionou por 15 dias são algumas delas.
Para evitar que problemas como o do passado se repitam, a atração mudou bastante ao longo dos anos, e o último programa evidenciou algumas das principais alterações.
Dono do carro deixa de 'pagar mico'
Para começar, o tempo de exibição mudou. Antes, o quadro ocupava boa parte do programa de sábado, mas desta vez foi reduzido para 22 minutos. Por isso, muitas etapas foram enxugadas, como a visita à casa do participante, contando detalhes de sua história e mostrando a situação atual do carro.
Na última edição, Carla Jeremias descobriu que havia sido escolhida já no palco do "Domingão". Ela também não pode fazer pedidos para a produção, pois o carro já estava pronto.
Outro detalhe mudou completamente: a tradicional "prenda" que era paga pelo dono do carro - normalmente, uma apresentação artística -, e que já foi alvo de muitas críticas porque, na opinião de alguns, humilhava o participante, deixou de existir.
Adeus, carros bizarros
Em relação à reforma, muita coisa mudou: o Fusca foi restaurado mantendo a maior parte das suas características originais, sem intervenções no design ou escolhas inusitadas, como acontecia no passado.
O destaque que era dado às oficinas participantes também foi bem reduzido.
Antes, era comum que o carro fosse levado até um galpão, onde eram mostrados vários detalhes das reformas -desde a reunião de projeto até a pintura. Agora, o responsável pelas restaurações, Bigo Berg, falou rapidamente sobre ao projeto do Fusca. O nome da oficina - Rusty Barn - não foi citado, diferentemente de edições anteriores.
Por outro lado, em seu canal do YouTube, Berg fez um vídeo completo sobre a reforma do Fusca 1967, apresentando detalhes do que foi modificado.
O modelo foi quase todo refeito em menos de 30 dias. Com alteração de motor, ignição, carburador, suspensão e quase toda a lataria.
Além disso, o carro ganhou teto solar, novo revestimento e bancos, volante, para-brisa basculante, dentre outros acessórios retrô e de excelente gosto. Berg relatou também alguns perrengues, como peças foram compradas, mas vieram com defeito.
Ainda assim, o programa atual não conseguiu fugir completamente das críticas. Alguns telespectadores reclamaram, nas redes sociais, que a participante estava muito nervosa, tremendo, e que isso não foi levado em consideração por Luciano Huck.
Problemas do passado
Resgatando as histórias e transformações mais polêmicas, fica claro que a maioria delas aconteceu nos primeiros anos do quadro, o que pode não ser uma coincidência. Foi nesse período que as transformações mais polêmicas aconteceram, como o Fiat 147 de seis rodas e o "pedreiromóvel", um Volkswagen Logus completamente estampado de tijolos.
Nessa primeira fase do programa, em 2005, aconteceu um dos casos de maior repercussão. O Opala de Marcelo Valente foi transformado em uma picape e o proprietário do veículo chegou a processar a emissora por ter lhe entregado um Chevrolet Caravan fraudado no lugar de seu Opala SS 1979. A reforma, na época, foi feita pela oficina Nittro Hot Rods, que fechou as portas após o imbróglio.
Logo após a saída da Nittro Hot Rods quem assumiu foi a Dimension Customs, que já promoveu algumas mudanças no quadro. Para evitar problemas como o que aconteceu com o carro de Marcelo Valente - que pode ter sido causado porque não se achava mais peças para o modelo do seu Opala - a regra de captação de automóveis mudou. "Além de ter uma boa história, nós buscávamos carros mais fáceis de atender, que tinham peças no mercado. Porque, independente do modelo, o orçamento e o prazo para a reforma eram os mesmos. Nós queríamos fazer o melhor com que tínhamos", lembram Emerson Calvo, Daniel Barbosa e Juliano Barbosa, sócios da oficina.
Ainda assim, o trio explica que a produção do programa cobrava por "show-cars". "Nós éramos muito pressionados para fazer um carro com glamour para televisão, eles não se importavam se o carro andava ou freava, por exemplo, mas tinha que ser um show-car. Sempre deixamos claro que, para a oficina, o quadro não é bom. Por isso nenhuma fica por muito tempo", diz Daniel Barbosa.
Nada de 'carro alegórico'
Com a mudança de oficina, os veículos deixaram de lado o estilo "alegórico" e passaram a seguir o caminho do tunning, ou seja, da personalização. Mas ainda tinham o toque chamativo do programa. Quando o ex-piloto de Fórmula 1 Tarso Marques assumiu o quadro, com sua oficina TMC Concept, tudo foi reformulado.
"Já tinha sido convidado para o quadro outras duas vezes, mas não aceitei porque era uma linha totalmente diferente da que eu trabalho. Eu faço carro com cara de carro, não carro alegórico. E essa foi a condição para que eu participasse", conta Marques.
Com a saída da TMC, quem assumiu as reformas foi a Rusty Burn , em parceria com a oficina Galpão 34. O caminho da discrição permaneceu. "Somos uma oficina de restauração. A gente preza pelo carro mais próximo do original possível. Entendemos que os donos dos carros realmente usam esses veículos, não é algo para exposição ou museu. O carro não está arrumado porque eles não têm condição,mas é isso que gostariam", afirma Darlan Rodrigues, proprietário do Galpão 34.
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