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Por que esse é o melhor momento para comprar seminovo e o pior para vender
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A decisão do governo federal de oferecer descontos para carros zero-quilômetro mexeu não só com o mercado de novos, mas também com a venda de veículos usados. Quem foi às concessionárias trocar um seminovo por outro novinho em folha percebeu que o seu automóvel valia menos do que no mês passado. É que o momento atual se tornou perfeito para comprar um veículo com um ou dois anos de uso, mas péssimo para vendê-lo.
Milad Kalume, da consultoria Jato Dynamics, explica que o mercado de carros novos e usados são distintos, mas correm em paralelo. Na prática, tudo que acontece com os veículos zero-quilômetro impactam também os modelos de segunda mão.
"O mercado de usados desvalorizou devido aos descontos nos veículos novos. Se um baixa, outro tem que baixar. Muitos que entram com um usado para comprar o novo não desfrutam da queda de preço porque seu patrimônio também vale menos", explica.
De acordo com Enilson Sales, presidente da Federação dos Revendedores de Veículos Usados (Fenauto), essa mudança de preço está sendo percebida em maior intensidade nos veículos com um ou dois anos de fabricação, conhecidos como seminovos, pois eles, de fato, competem com os modelos zero-quilômetro pela preferência do consumidor.
"As lojas de usados que têm veículos que competem com os novos que estão com descontos ofereceram reduções entre 5% e 8% para não perder a competitividade. É bom lembrar que o carro 2021/2022 já é bem mais barato que o 2023 devido à desvalorização natural. Com esses descontos, pode ser a oportunidade perfeita", opina.
Sales alerta que o cenário é passageiro e vai acabar assim que os preços dos carros novos voltarem ao normal, o que deve acontecer nas próximas semanas se o governo federal não prorrogar o programa. Por isso, não há o que se preocupar com desvalorização do bem, explica ele. Ainda assim, o momento não é interessante para vender carros seminovos.
"Para quem quer comprar um seminovo, a hora é agora, para quem quer vender, esperar umas semanas não mata. A medida vai influenciar pouco porque é momentânea, rápida e transitória, ela só antecipa compras que aconteceriam de qualquer forma", diz o presidente da entidade.
Vendas continuam de vento em popa
Desde fevereiro, a média diária de venda de carros usados está seguindo uma sequência de altas. Em maio, foram vendidos 57.924 por dia, patamares alcançados em 2019, antes da pandemia. Nos últimos quatro anos, o melhor resultado foi em 2021, quando havia escassez de veículos novos no mercado, com uma média diária de 59.710 transferências.
Na primeira semana de junho, no entanto, foram vendidos 65.048 carros usados por dia. Na segunda, marcada pelo feriado de Corpus Christi, foram 58.908.
O presidente da Fenauto explica que os números provam que os descontos nos automóveis novos não impactaram negativamente a venda de usados, pelo contrário, o momento ficou mais interessante para quem vai comprar modelos mais jovens.
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