Paula Gama

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Fiat com alma de Peugeot: o que novos carros herdarão de 'irmãos' franceses

Desde que a PSA ( de Peugeot e Citroën) e a FCA (de Fiat, Jeep e Ram) se uniram para formar o grupo Stellantis, que tem 14 fabricantes em seu portfólio, o intercâmbio de peças automotivas entre os veículos das marcas era esperado. As primeiras novidades vieram pouco mais de um ano depois da fusão: modelos das francesas, 208 e C3, passaram a usar motores da Fiat, produzidos em Betim, para se tornarem mais competitivos.

Agora está chegando o momento em que quem vai contribuir com os novos carros da Fiat e da Jeep é a parte "PSA" - que embora pareça o elo mais frágil do grupo no país, representa as marcas Stellantis que mais recebem investimentos e entregam rentabilidade na Europa. As principais vantagens dessa troca de peças é a economia no desenvolvimento e ganho com a produção em maior escala.

Quando a fusão aconteceu, os dois grupos viviam momentos diferentes, e complementares, na área de pesquisa e desenvolvimento. Enquanto a FCA tinha portfólio maior de motores para carros de "entrada", com o 1.0 aspirado Firefly, e de maior valor agregado, com as opções turbo T200 e T270, o trunfo da PSA era duas plataformas modulares: a CMP e a EMP2.

Ambas são bem modernas e adaptáveis em relação às plataformas usadas, até então, por Fiat e Jeep, um prato cheio para as novas gerações dos modelos da FCA.

Outro destaque é que elas já foram desenvolvidas para comportar carros com diversos tipos de transmissões e propulsores, até mesmo híbridos e elétricos.

A CMP, atualmente, é a base do Peugeot 208 e do Citroën C3, e, naturalmente, poderia servir para uma atualização do Argo e novos SUVs compactos. Por outro lado, a EMP2 é focada em carros maiores, como o Peugeot 3008, podendo ser adaptada para veículos como Jeep Renegade e Compass e Fiat Toro.

O que vem por aí?

Segundo o colunista do UOL Carros Marlos Ney Vidal, do AutoSegredos, o primeiro carro da FCA a ser produzido com a plataforma da PSA será a nova geração do Argo, que será um SUV sobre a base CMP.

O novo Argo, que terá opção híbrida, está sendo desenvolvido em conjunto com o Fiat Panda, que será vendido na Europa, e o design de ambos será baseado no conceito Centoventi. A marca ainda não confirma, apesar de já ter sinalizado que usaria a plataforma em novos produtos.

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Provavelmente, a nova geração do veículo será equipada no Brasil com o motor 1.0 T200 da Stellantis, que já é usado no Puls -, a diferença é que ao menos uma versão será híbrida.

O Jeep Avenger será um SUV menor que o Renegade
O Jeep Avenger será um SUV menor que o Renegade Imagem: Divulgação

A mesma plataforma deve ser usada para a construção de outro produto da FCA, o Jeep Avenger nacionalizado, um SUV compacto menor do que o Renegade.

O Avenger será o primeiro Jeep fabricado em Betim (MG) e o segundo produto da Stellantis a usar a plataforma CMP na unidade, depois do Argo, de acordo com AutoSegredos. A expectativa é que também seja equipado com o motor T200.

Nova marca, mesmo carro

A Landtrek foi flagrada em testes pela Fiat
A Landtrek foi flagrada em testes pela Fiat Imagem: Divulgação
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Além das plataformas para a construção de modelos Fiat, a Peugeot vai ceder um carro inteiro à irmã: a picape Landtrek. O modelo é fruto de um parceria da francesa com a montadora chinesa chamada Kaicheng. Trata-se de uma picape média, concorrente das consagradas Toyota Hilux e Ford Ranger, que inicialmente seria lançada pela Peugeot no Brasil.

Como a Fiat já faz sucesso com outras duas picapes, a Strada e a Toro, o grupo decidiu que Landtrek se encaixaria melhor como uma opção a mais em seu portfólio. O rebrand já foi feito com outras marcas do grupo - a Strada, por exemplo, é oferecida em alguns mercados como Ram 700.

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