Câmbio automático: preciso trocar o óleo da transmissão ou é 'vitalício'?
O câmbio automático caiu nas graças de brasileiros e já está presente na maioria dos carros novos vendidos no país. Apesar da popularização, o modelo sem embreagem no pé esquerdo ainda gera muitas dúvidas, principalmente em quem acaba de comprar o seu primeiro carro automático. Uma das polêmicas é a necessidade - ou não - da substituição do óleo da transmissão. Afinal, o fluido é vitalício?
A resposta para a pergunta é: depende. O primeiro passo para saber como realizar a manutenção é conferir o manual do veículo. Enquanto algumas marcas utilizam óleo "long life", ou seja, que duram toda a vida útil do equipamento, outras recomendam a substituição ou, ao menos, a inspeção, a partir de determinadas quilometragens.
O que gera dúvida é que muitos especialistas alertam que mesmo os carros com fluidos considerados "vitalícios" podem se beneficiar da troca desse óleo.
O óleo do câmbio automático desempenha um papel crucial no funcionamento adequado e na longevidade do sistema de transmissão. Tradicionalmente, com o tempo, o óleo do câmbio pode se degradar devido ao calor, pressão e desgaste, o que pode afetar negativamente o desempenho do câmbio automático. Mas algumas marcas utilizam uma tecnologia mais avançada, que dispensaria essa substituição.
O engenheiro mecânico André De Maria explica que a ideia de que não há embreagem no câmbio automático é falsa, a verdade é que as peças que fazem a função são muito mais compactas.
"Essa embreagem, por trabalhar imersa no óleo, tem uma vida útil muito grande. O que se fala é que durante o tempo que se espera de vida útil de uma transmissão, entre 240 mil km e 500 mil km, você jamais precisaria da troca desses elementos de desgaste, pois foram planejados para ter uma longevidade muito longa. Só que o fluido se degrada e quanto mais você renova ele, mais benefícios você traz, retira partículas que poderiam danificar ou entupir peças do câmbio", explica o especialista.
De acordo com De Maria, muitas vezes acontece uma discordância de opiniões entre os fabricantes da transmissão e as montadoras de veículos. Aí que surgem grandes polêmicas.
"Temos até documentos de fabricantes específicos em que eles recomendam a troca do óleo, enquanto algumas montadoras dizem que é vitalício. Quem entende mais, o fabricante da própria peça ou a montadora? Sabemos que quando você faz a troca do óleo precisa garantir o descarte correto, porque é poluente, e muitas marcas não possuem esse protocolo. Trocar, ao menos parcialmente, ajuda a tirar grande parte das impurezas", afirma.
O que diz cada montadora
Entre as montadoras com maior participação no mercado brasileiros, há recomendações diferentes de acordo com cada modelo de câmbio automático. Às vezes, dentro de uma própria marca, recomenda-se a substituição em uma transmissão e considera-se vitalícia para outra, a depender das características mecânicas e do óleo usado.
A Jeep e a Fiat, por exemplo, não recomendam a substituição em seus modelos nacionais, assim como Renault, Peugeot e Citroën. Já na Volkswagen depende do modelo, é dispensável para o Tiptronic e recomendada a cada 60 mil km para o DSG.
No câmbio do Onix, por exemplo, a Chevrolet recomenda a troca do óleo apenas em após 80 mil km de uso severo, mas indica a inspeção a cada 10 mil km. A Toyota também recomenda uma inspeção, mas a cada 20 mil km. Já a Honda manda substituir o fluido da transmissão CVT a cada 40 mil km ou 36 meses. Nos carros nacionais da Hyundai, a troca só é necessária a partir de 100 mil km de uso severo.
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