Paula Gama

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Omoda/Jaecoo: o que sabemos sobre novas marcas chinesas que chegam ao país

A chegada de BYD e GWM movimentou o mercado brasileiro de veículos eletrificados. Poucos meses após o início das operações das novatas, o preço de diversos modelos a bateria caiu e a pressão das montadoras tradicionais fez voltar o imposto de importação para esse tipo de propulsão. Apesar do balde de água fria, outras marcas chinesas pretendem operar no Brasil: é o caso de Omoda e Jaecoo, ligadas à Chery, que pretendem lançar três veículos e abrir 40 lojas em 2024.

Em outros países, a Omoda tem uma pegada mais jovem, com design mais ousado e preço mais competitivo. Como no Brasil a maior parte dos jovens ainda não tem recursos para entrar no mundo dos SUVs elétricos, o foco será em pessoas que gostam de testar novas tecnologias e novos produtos. Já a Jaecoo tem uma característica mais sofisticada e de off-road urbano, posicionada acima da irmã e da própria Chery.

Em 2023, a dupla teve 137 mil carros exportados globalmente, e a expectativa é que chegue a 1,4 milhão de veículos vendidos fora da China até o final de 2030. O Brasil está dentro dessa estratégia de crescimento. A empresa afirma que lançará no próximo ano três novos modelos em diferentes versões. Os veículos serão equipados com motorizações híbrida leve, híbrida plug-in e 100% elétrica.

Atualmente, as marcas estão em processo de seleção de seus concessionários, e não descartam parcerias com o grupo Caoa para a venda de veículos - apesar de chegarem de forma independente ao país.

Jaecoo J7 tem estilo "off-road urbano"
Jaecoo J7 tem estilo "off-road urbano" Imagem: Divulgação

Quais serão os carros?

Ainda não se sabem quais serão os modelos comercializados nos país, mas é possível prever observando o portfólio internacional. Entre os possíveis lançamentos está o Omoda C5, um SUV cupê com o tamanho de Jeep Compass, Honda ZR-V e Ford Territory. É provável que chegue na configuração híbrido leve.

Os outros produtos devem ser da Jaecoo. Especula-se a chegada do J7, "concorrente" do C5, porém com características mais sofisticadas, e do J9, um SUV de sete lugares de quase cinco metros de comprimento. Seriam versões imediatamente acima de Tiggo 7 e 8, respectivamente.

Planos de produzir no Brasil

Assim como BYD e GWM quando anunciaram o início das operações no Brasil, Omoda e Jaecoo demonstram interesse em produzir carros no país. A empresa afirma que considera a possibilidade de se instalar em Jacareí, em São Paulo, mas o possível investimento ainda está em fase de estudos. Sobre o retorno do imposto de importação, a marca garante que isso não vai atrasar sua chegada ao país. "A empresa reforça o compromisso de chegar ao Brasil e comercializar veículos já no ano que vem".

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Polêmica com a Caoa

Mesmo fazendo parte da Chery, Omoda e Jaecoo chegarão ao país de forma independente, ou seja, sem parceria com a Caoa para importação e, futuramente, produção de veículos. O grupo brasileiro, no entanto, não concorda com esse modelo de negócio.

"Omoda, Jaecoo e Exeed pertencem à Chery Group, assim como outras marcas, a Jetour, de veículos de passeio e a Karry de veículos pesados. Da mesma forma como a Caoa já opera com os veículos Caoa Chery, todas essas demais marcas só poderão ser produzidas/importadas e comercializadas exclusivamente pela Caoa aqui no Brasil", disse por meio de nota.

A Caoa afirma ainda que a comercialização de novos modelos da Chery Group no Brasil sempre esteve nos planos. "Neste momento, a Caoa, com todo seu know-how, estuda e avalia o mercado por meio de pesquisas e desenvolvimentos para tornar viável a implantação e venda desses modelos para o consumidor brasileiro".

Apesar do impasse, Omoda e Jaecoo seguem firmes na posição de que chegarão ao país de forma independente.

Reportagem

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