Paula Gama

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De combustível a 0 km: quais itens farão dono de carro gastar mais em 2024

O ano de 2024 começou com aumento do preço dos combustíveis e de carros zero-quilômetro. Desde segunda-feira (1), o governo federal retomou a cobrança integral do PIS/Cofins sobre o diesel. Com a virada do ano, o imposto de importação para carros híbridos e elétricos também voltou a ser aplicado, e vêm mais aumentos aí.

Zerado em 2021 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) para conter o aumento do preço dos combustíveis, o PIS/Cofins está voltando gradualmente desde setembro do ano passado, já sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A partir da virada do ano, a arrecadação voltou a ser integral para o diesel, representando cerca de R$ 0,35 por litro do combustível.

No último dia 26, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a reoneração não deve encarecer o produto para os consumidores que pagam pelo litro nos postos de abastecimento. Segundo ele, o aumento da carga tributária que incide sobre o diesel será amenizado pelas reduções de preço já anunciadas pela Petrobras.

"Esta reoneração do diesel vai ser feita, mas o impacto [esperado] é de pouco mais de R$ 0,30", disse. Poucas horas antes, a Petrobras havia anunciado um corte de R$ 0,30 no preço do litro do diesel vendido às distribuidoras de combustível.

No entanto, a partir de 1º de fevereiro de 2024 um outro tributo volta a ser cobrado: o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina e o etanol, que terão um aumento de aproximadamente R$ 0,15 por litro, fazendo com que o imposto suba de R$ 1,22 para R$ 1,37 em todos os postos do Brasil. Para o diesel, o aumento do ICMS será de R$ 0,12, chegando a quase R$ 0,47, considerando a reoneração de janeiro.

Carros eletrificados mais caros

BYD Dolphin hoje é o carro totalmente elétrico mais vendido do Brasil
BYD Dolphin hoje é o carro totalmente elétrico mais vendido do Brasil Imagem: Divulgação

Para quem está pensando em adquirir um carro elétrico ou híbrido importado, a notícia também não é animadora.

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A partir de janeiro de 2024, retorna progressivamente a cobrança do imposto de importação para esses veículos. A medida afeta diretamente o bolso dos consumidores brasileiros, tornando a tecnologia mais cara.

A alíquota do imposto varia de acordo com o tipo de veículo. Para carros híbridos, a taxa começa em 12% em janeiro de 2024 e aumenta para 35% em julho de 2026.

Híbridos plug-in terão taxação de 12% a 35% no mesmo período, enquanto os carros elétricos enfrentarão alíquotas de 10% a 35%.

Caminhões elétricos terão uma retomada mais rápida, atingindo 35% já em julho de 2024.

Aumento não será, necessariamente, imediato

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Não se desespere: o imposto incidirá apenas sobre os carros importados a partir de janeiro de 2024, ou seja, as unidades que já estão no Brasil não sofrerão nenhuma taxação.

Isso significa que tudo depende se o exemplar já foi importado ou não.

Outro fator é a estratégia de vendas de cada montadora. Até o fim de 2023, eram oferecidos diversos bônus na compra de um carro eletrificado, como supervalorização de até R$ 40 mil no usado, seguro grátis e carregador gratuito - é bem provável que esses benefícios sejam retirados primeiro, antes do aumento do preço, de fato.

Também existe uma cota, que varia de montadora para montadora, de veículos elétricos ou híbridos que podem ser trazidos de fora sem a incidência do imposto de importação.

O presidente da Abve (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), Ricardo Bastos, explica que o baque será maior em julho, quando a alíquota do imposto ficará entre 18% e 25%

. "Nossos associados são unânimes na certeza de que haverá um impacto grande, mas, inicialmente, será na redução de promoções e condições especiais, como supervalorização do usado na compra de um eletrificado. Isso porque existem estoques. No entanto, a partir de julho, quando o imposto saltar para 20%, ninguém conseguirá absorver. Certamente, será repassado para o cliente", explica.

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*Com informações de Agência Brasil

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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