Etanol chegou a R$ 2,50 em 2022, como disse Bolsonaro na Paulista?
No último domingo (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de um ato com apoiadores na avenida Paulista, em São Paulo. Em seu discurso, citou pontos positivos de seu mandato, entre 2019 e 2022. Segundo ele, uma de suas "grandes vitórias" foi a redução do preço do combustível. Mas será que o valor cobrado pelo etanol chegou à casa dos R$ 2,50 em São Paulo durante seu último ano de governo, como disse o político?
De fato, o ano de 2022 foi marcado por uma redução no preço dos combustíveis após alta desenfreada. Para se ter uma ideia, no estado de São Paulo, uma das regiões em que tradicionalmente o etanol tem menor custo do que em outras regiões do país, o litro do combustível chegou a R$ 5,12 em abril.
O menor valor naquele ano, no entanto, foi de R$ 3,30, no mês de agosto. No fim de 2022, o litro do etanol era vendido, em média, por R$ 3,78 no estado. Atualmente está em torno de R$ 3,36, de acordo com os dados coletados no dia 11 de fevereiro de 2024. Os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
Na cidade de São Paulo o cenário é parecido. O valor do litro de etanol chegou a R$ 5,35 em janeiro de 2022 e fechou o ano em R$ 3,83. A menor cotação foi R$ 3,21, em setembro. Em todo o país, o menor valor do litro neste período foi R$ 2,81, no Mato Grosso, em setembro de 2022.
Como Bolsonaro reduziu o preço dos combustíveis?
Em 2022, o valor do combustível chegou a patamares altíssimos. Além do etanol acima de R$ 5,00, a gasolina esteve na casa dos R$ 7,00. Em julho daquele ano, com aval do Congresso Nacional, Bolsonaro passou a aplicar medidas tributárias para reduzir os preços - como a Lei que limitou o ICMS sobre itens como diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo, além de corte dos impostos federais Cide e PIS/Cofins sobre esses produtos.
O corte dos impostos valiam até dezembro de 2022, mas foram prorrogadas nos primeiros meses do governo Lula. A retomada dos tributos teve impacto de, pelo menos, R$ 0,69 no litro da gasolina, R$ 0,35 no do diesel e R$ 0,24 no do etanol.
Bolsonaro segurou o preço artificialmente
De acordo com dados da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), usando como referência os valores para gasolina, óleo diesel, câmbio, RVO e frete marítimo, em outubro, mês das eleições, o preço dos combustíveis apresentava defasagens muito afastadas da paridade de importação, política de preços que vigorava na época. Na prática, o preço do combustível brasileiro era ajustado de acordo com o mercado global.
Na avaliação, na época, a defasagem média era de -25% no óleo diesel e de -16% para a gasolina. Se fossem reajustados de acordo com a política de Preços por Paridade de Importação (PPI), o diesel deveria custar R$ 1,83 a mais no período. Já a gasolina custaria R$ 0,95.
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