Invasão chinesa: quais marcas mais sofreram com as chegadas de BYD e GWM
Nos últimos meses, o mercado automotivo brasileiro foi completamente impactado pela chegada de novos modelos das marcas chinesas BYD e GWM.
Dentre as novidades, três veículos, de fato, deram trabalho para os rivais de marcas que já estão há anos consolidadas no país: GWM Haval 6; BYD Song Plus e BYD Dolphin. O que chama atenção é que as marcas e modelos mais atingidos foram justamente as que têm maior penetração nas categorias em que atuam.
Desde quando era cotado para chegar ao país, o GWM Haval H6 era visto como concorrente direto do Corolla Cross, principalmente na versão híbrida, e do Jeep Compass. A previsão de concretizou. Entre maio e dezembro de 2023, 10,7 mil unidades do veículo híbrido chinês foram comercializadas. A novidade, com preços entre R$ 214 mil e R$ 319 mil, naturalmente, não foi páreo para roubar a liderança do segmento, mas já ocupa o quarto lugar nas vendas da categoria.
Para se ter uma ideia, em fevereiro de 2023, quando os novos carros chineses ainda não estavam na briga, foram comercializadas 4.430 unidades do Compass e 3.335 do Corolla Cross. Um ano depois, em fevereiro de 2024, os números caíram para 4.074 e 2.878, respectivamente.
Não há dúvida que a mudança dos números é reflexo de uma convergência de fatores. Contudo, quando analisamos apenas os dados das vendas com motorização híbrida, o Corolla Cross fica com o título de mais vendido do país em 2023, mas logo em seguida está o Haval H6 - já o Compass 4xe não aparece na lista dos 20 eletrificados mais comercializados no ano passado.
Outro modelo que impactou a categoria de SUVs médios foi o BYD Song Plus. Na faixa de R$ 230 mil, assim como o Haval 6, ele se destacou no mercado devido ao acabamento e ao alto nível de tecnologia. Em 2023, tornou-se o quarto híbrido mais vendido no país, com 7.669 unidades comercializadas. Em fevereiro deste ano, já é o terceiro SUV compacto mais vendido, atrás apenas de Compass e Corolla Cross.
Quem também sofreu o impacto da dupla chinesa foi o Volkswagen Taos. Ele chegou para brigar com o Compass, mas nunca "deslanchou" de verdade. No ano passado, teve 15,9 mil unidades comercializadas, sendo 37% para venda direta. Para fazer frente aos chineses, ele teve uma redução no preço de até R$ 6.400 em fevereiro de 2024.
Com tíquete médio entre R$ 340 mil e R$ 450 mil, os SUVs da Volvo XC40, C40 (elétricos) e XC60 (híbrido) também sofreram o impacto das novidades. A saída da marca sueca foi lançar um elétrico compacto, na faixa de R$ 230 mil, o EX30.
Efeito Dolphin
O BYD Dolphin é um caso à parte.
Com as vendas iniciadas em junho, ele se tornou o elétrico mais vendido no país em 2023, com 6,8 mil unidades. Ele foi o único modelo 100% elétrico entre os dez eletrificados preferidos pelo público, ficando com o quinto lugar no ranking.
Desde o lançamento do BYD Dolphin, no fim de junho, por menos de R$ 150 mil, o consumidor brasileiro passou a entender bem a competitividade dos carros chineses. Enquanto os concorrentes nessa faixa de preço eram considerados subcompactos, do tamanho de um Renault Kwid, o novato chegou um pouco mais barato, mais potente e com o porte de hatches maiores, como Chevrolet Onix e Hyundai HB20.
Pouco tempo depois, o BYD ganhou um rival de mesmo padrão, o GMW Ora, na mesma faixa de preço. A chegada da dupla de chineses movimentou completamente o mercado, fazendo Jac, Caoa Chery, Peugeot e Renault - que disputavam há mais tempo - reduzirem o preço em até R$ 100 mil. Atualmente, o Dolphin custa R$ 179.800, mas ganhou um irmão menor, o Dolphin Mini, por R$ 115 mil.
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