Paula Gama

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Carro nacional inédito vem aí: como será nova Caoa após divórcio da Hyundai

Depois de um período agitado, envolvendo uma atualização na parceria com a Hyundai e disputa com a Chery, a empresa brasileira Caoa planeja a produção de um carro 100% nacional.

Ainda não há previsão de quando o modelo chegaria às lojas, mas Caoa já teria até mesmo uma equipe técnica formada para desenvolver seu primeiro veículo exclusivo.

A informação foi divulgada pelo jornalista Antônio Meira Jr., no "Correio da Bahia", após uma conversa com Carlos Alberto de Oliveira Filho, filho do fundador e atual presidente da empresa.

De acordo com o publicado na coluna Autos & Etc, o executivo não entrou em detalhes a respeito do carro em questão, se será automóvel ou comercial leve, mas assumiu não ter descartado a possibilidade de contratar uma empresa de engenharia terceirizada para auxiliar no processo. Para completar, Carlos Filho falou que há possibilidade de abrir o capital da empresa, que atualmente é particular.

Antes de produzir carro próprio, Caoa vai nacionalizar o Tiggo 8 Pro Plug-in Hybrid
Antes de produzir carro próprio, Caoa vai nacionalizar o Tiggo 8 Pro Plug-in Hybrid Imagem: Divulgação

Os planos da Caoa para o novo momento não param aí. Antes do voo solo, a empresa pretende passar a produzir, em sua fábrica de Anápolis, Goiás, o Tiggo 8 híbrido, que atualmente é importado da China. O veículo pode ser o primeiro híbrido plug-in produzido no Brasil. Nesta mesma fábrica, a Caoa também irá produzir carros da Hyundai, mas a venda e a distribuição serão completamente controladas pela montadora sul-coreana.

Dentre os planos mais imediatos, está o aumento da produção do Tiggo 5X Sport, também em Goiás.

Para isso, estão sendo investidos R$ 4,5 bilhões desde 2021 - o aporte será finalizado em 2028. Para crescer em volume de vendas, outra estratégia foi o lançamento da configuração Sport do Tiggo 7, por R$ 134.990 - R$ 35 mil a menos do que o cobrado pelas duas outras opções do SUV, Pro Max Drive e Pro Hybrid Max Drive, que custam R$ 169.990 cada.

Divórcio 'amigável'

Airton Cousseau, CEO da Hyundai para as Américas Central e do Sul, à esquerda, e Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, presidente e filho do fundador do grupo Caoa, à direita.
Airton Cousseau, CEO da Hyundai para as Américas Central e do Sul, à esquerda, e Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, presidente e filho do fundador do grupo Caoa, à direita. Imagem: Divulgação
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Depois de um processo de "divórcio" que chegou à Justiça, Hyundai e Caoa decidiram mudar o status da relação de forma amigável.

A parceria, iniciada em 1999, quando a Caoa começou a importar carros da marca, dividia a operação da sul-coreana no Brasil: de um lado, a Hyundai Motor Brasil (HMB) cuidava dos carros nacionais, de outro, a distribuidora brasileira era responsável pelos veículos importados. O arranjo tirava da Hyundai a autonomia sobre o portfólio oferecido no mercado brasileiro, e também limitava o crescimento, mas o cenário mudou.

A partir de agora, a Caoa cede os direitos de importação e distribuição para a operação da HMB.

Em contrapartida, irá ganhar uma participação financeira nas vendas. Com isso, a HMB fica responsável por todas as vendas no Brasil. A rede de concessionárias, até então separada, também foi unificada para que todas as lojas possam vender o portfólio completo da marca no país.

Já a fábrica da Caoa em Anápolis (GO) será usada para montar novos veículos Hyundai, além de peças. A planta tem capacidade para a produção de 300 mil carros por ano, mas também será usada para a produção de carros da Chery e, provavelmente, o futuro veículo nacional da Caoa.

E a Chery?

Apesar da parceria entre Caoa e Chery seguir de pé, a relação foi estremecida quando a chinesa anunciou que outras duas marcas de seu grupo, Omoda e Jaecoo, chegarão ao Brasil de forma independente. Na época, o grupo brasileiro afirmou que não concordava com esse modelo de negócio.

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"Omoda, Jaecoo e Exeed pertencem à Chery Group, assim como outras marcas, a Jetour, de veículos de passeio e a Karry de veículos pesados. Da mesma forma como a Caoa já opera com os veículos Caoa Chery, todas essas demais marcas só poderão ser produzidas/ importadas e comercializadas exclusivamente pela Caoa aqui no Brasil", disse a empresa brasileira na época, por meio de nota.

A Caoa afirmou, ainda, que a comercialização de novos modelos da Chery Group no Brasil sempre esteve nos planos. "Neste momento, a Caoa, com todo seu know-how, estuda e avalia o mercado por meio de pesquisas e desenvolvimentos para tornar viável a implantação e venda desses modelos para o consumidor brasileiro".

Apesar do impasse, Omoda e Jaecoo seguem firmes na posição de que chegarão ao país de forma independente e demonstraram o interesse de produzir na fábrica de Jacareí, em São Paulo - fechada pela Caoa em 2022.

A interrupção dos trabalhos na linha de produção no interior paulista, em princípio, seria temporária, mas até hoje não houve nenhuma previsão de retorno às atividades.

De acordo com a "Folha de S,Paulo", a unidade - que foi construída pela Chery antes da parceria com a Caoa - está sendo negociada entre as duas empresas.

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