Classe econômica? Maioria dos carros de 7 lugares não protege último banco
Nos últimos anos, o mercado brasileiro tem visto um aumento na oferta de veículos de sete lugares, atendendo às necessidades de famílias maiores ou que buscam versatilidade - como, por exemplo, levar a babá e os avós para um passeio. No entanto, uma dúvida ainda preocupa muitos pais: afinal, a última fileira de assentos é tão segura quanto as demais?
A resposta é: na maioria dos casos, não. Por serem rebatíveis ou dobráveis, os últimos bancos não podem ser fixados com Isofix, os ganchos de segurança para a instalação de cadeirinhas infantis. Isso significa que esses assentos não são seguros para crianças com até quatro anos ou 18 quilos. A partir dessa idade, é necessário utilizar um assento de elevação - para crianças com até 1,45 m -, que não necessita do equipamento.
A questão é que na maior parte dos modelos, a última fileira de bancos não é protegida pelos airbags. Para se ter uma ideia, o Citroën C3 Aircross de sete lugares tem apenas quatro airbags, frontais e laterais, ou seja, nem mesmo a segunda fileira está protegida pelas bolsas de ar.
Já em relação aos carros maiores, que possuem os airbags de cortina, a proteção nem sempre chega à última fileira porque a maioria dos modelos de sete lugares do mercado são versões adaptadas, com praticamente a mesma construção de modelos de cinco lugares. É o caso da Toyota SW4, Chevrolet Trailblazer e Jeep Commander.
As exceções são Caoa Chery Tiggo 8 Pro e o recém-lançado Chevrolet Spin 2025, além de modelos de categorias superiores como o Kia Carnival, que tem oito lugares, e Mitsubishi Pajero Sport.
No caso do Tiggo 8 e do Spin, os airbags de cortina são mais compridos, chegando até os últimos passageiros e protegendo contra impactos na cabeça. Em caso de impacto lateral, como em acidentes em T (quando um veículo é atingido na lateral por outro veículo), o airbag de cortina é acionado para proteger a cabeça dos ocupantes do banco de trás. Ele se infla entre a janela e os passageiros, reduzindo o risco de lesões graves na cabeça e no pescoço.
A proteção também existe em capotamentos, pois pode amortecer o impacto da cabeça dos ocupantes do banco de trás contra o teto do veículo. Isso ajuda a evitar lesões graves e até mesmo fatais. O airbag de cortina também ajuda a reduzir o movimento lateral dos ocupantes do banco de trás em situações de colisão, impedindo que eles sejam arremessados para fora do veículo ou contra outras partes internas, como portas e painéis.
Passageiros de trás não devem ser 'classe econômica'
Apesar de serem altamente testados pelos próprios fabricantes, não existe um teste de segurança universal exclusivamente para a terceira fileira desses modelos de sete lugares. De acordo com o Latin NCAP, entidade que faz avaliação independente de segurança automotiva, faltam recursos para avaliar todos os modelos do mercado, mas o entendimento é que os passageiros da última fileira deveriam receber o mesmo tratamento de segurança das demais. Isso inclui a proteção de airbags.
"Nós entendemos que quando um carro tem uma terceira fileira de assentos, está de alguma forma disponibilizando duas posições extras para mais passageiros, e que esses passageiros deveriam ter pelo menos o mesmo nível de proteção que os outros. Infelizmente, na América Latina, temos uma regulamentação bem atrasada em geral, não somente pelo assunto da proteção dos adultos nos bancos traseiros, mas também pela segurança em geral do veículo, que é muito preocupante", avalia o secretário-geral do Latin NCAP, Alejandro Furas.
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