Paula Gama

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Ford 'bomba' vendas no ano e mostra que acertou ao fechar fábricas no país

Pouco mais de três anos após o anúncio do fim da produção de veículos no Brasil, a Ford mostra que, ao menos do ponto de vista de saúde financeira, estava certa em fechar suas fábricas. Desde o terceiro trimestre de 2021, depois de oito anos sem solidez financeira, a marca vive momento de lucros bilionários e crescimento na região.

Em 2022, de acordo com anúncio do presidente para América Latina, Daniel Justo, a companhia lucrou cerca de 300 milhões de dólares na região, ou mais de R$ 1,5 bilhão. A partir de 2023, a empresa deixou de divulgar seus resultados divididos por região, mas afirmou que estava muito satisfeita com o cenário, já que cresceu cerca de 40% no Brasil - muito acima do crescimento do mercado, de 11,3%.

No primeiro trimestre de 2024, mais crescimento: considerando apenas automóveis, houve um aumento de 237% nas vendas. No total - somando automóveis e comerciais leves, que engloba vans e picapes, - a Ford vendeu 44% unidades a mais do que no mesmo período de 2023, ano em que já havia crescido cerca de 40%. Foram 8,1 mil unidades em três meses.

O cenário é bem discrepante em relação ao ano de 2019, quando a montadora americana comercializava, em média, 14 mil carros por mês e estava entre as cinco maiores marcas do do Brasil em vendas. A principal diferença é que o volume deixou de ser privilegiado, em detrimento da margem de lucros - além de ter deixado para trás toda a despesa com a manutenção de três fábricas. Como importadora, a Ford passou a vender veículos mais caros, de nicho, e portanto, mais rentáveis também, saindo do prejuízo.

Sucesso dos novos produtos

Ford Territory foi renovado em agosto do ano passado
Ford Territory foi renovado em agosto do ano passado Imagem: Divulgação

Nos três primeiros meses de 2024, o mérito do sucesso está com dois produtos que foram renovados no ano passado: o Territory e a Ranger.

Para se ter uma ideia, as vendas do SUV pularam de 279 no primeiro trimestre de 2023 para 1,1 mil neste ano. Fabricado na China e renovado em agosto do ano passado, o veículo teve melhorias consideráveis em relação à versão anterior, ficando econômico e com preço melhor pareado com os concorrentes - o que aumentou o fôlego na disputa com best-sellers como Jeep Compass e Toyota Corolla Cross.

Já a Ranger deu um grande salto na mudança de geração, melhorando em praticamente todos os quesitos e se tornando a picape média mais tecnológica à venda no Brasil. Os clientes perceberam as melhorias, e as vendas saltaram de 1,9 mil no primeiro trimestre do ano passado para mais de 5 mil neste ano.

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A Ranger é o principal produto da Ford no país
A Ranger é o principal produto da Ford no país Imagem: Alessandro Reis/UOL

Durante o ano de 2023, a Ford também trouxe para o Brasil outros veículos, dentro da estratégia de apostar na margem de lucro em detrimento do volume, que contribuíram para o resultado. Entre os lançamentos, a F-150, Maverick híbrida, Ranger Raptor, SUV-cupê elétrico Mustang Mach-E, além da van Transit.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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