Paula Gama

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Como Tiggo 7 disparou em vendas e superou até o líder Compass no último mês

Nos últimos sete anos, a participação dos SUVs no mercado de veículos novos subiu de 18,5% para 37%. Com tanta demanda, é natural que a competição esteja mais acirrada do que nunca, com diversas boas opções no mercado. Nesse cenário, um modelo em particular tem chamado atenção ao superar até mesmo o best-seller Jeep Compass em vendas: o Caoa Chery Tiggo 7.

Nos primeiros 15 dias de abril, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), na categoria de SUVs médios, o Tiggo 7, com 1.824 unidades vendidas no período, ficou atrás apenas do Corolla Cross, com 2.154. Já o ranking geral de SUVs, que incluiu os compactos, que são mais procurados, ocupa a décima posição.

O que chama atenção é que a conquista do Tiggo 7 acontece apenas alguns meses depois de a Caoa passar por redução considerável nas vendas. Para se ter uma ideia, de acordo com dados da Anfavea, a marca comercializou 11.628 carros no primeiro trimestre deste ano, contra 4.302 no mesmo período do ano passado. Um crescimento de 170%. Afinal, qual foi o segredo?

Mudança de dentro para fora

A Caoa manteve a tecnologia e reduziu o preço da versão de entrada na atualização do veículo
A Caoa manteve a tecnologia e reduziu o preço da versão de entrada na atualização do veículo Imagem: Jorge Moraes/UOL

Antes de chegar à mudança no produto Tiggo 7, que baixou consideravelmente o preço de entrada do veículo, a Caoa passou por uma grande reestruturação. Ela se iniciou com a substituição do CEO Mauro Correia por Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, primogênito do fundador da empresa.

"Trocar um executivo deste patamar não é simples para qualquer montadora. É uma mudança de gestão bem grande. Outro elemento importante nesse período foi o redesenho da relação com a Hyundai. Que, no meu ponto de vista, deu espaço maior para focar na própria linha de produtos", analisa Ricardo Bacellar, fundador da Bacellar Advisory Boards.

Passado o período de acomodação após grandes mudanças, a marca apostou muitas fichas no lançamento do Tiggo 7 Sport, uma versão mais barata do modelo, com preço inicial de R$ 135 mil - enquanto a configuração existente saia por R$ 170 mil.

"No lançamento do Tiggo 7 Sport, a Caoa uniu os principais elementos para o sucesso: uma estratégia de marketing muito boa, de produto - melhorando a performance do carro e mantendo a tecnologia- e comercial, já que em um momento em que todos reclamam do preço dos carros, fazer uma redução tão grande tem um forte poder de sedução", argumenta Bacellar.

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Com a nova estratégia, o Tiggo 7 se tornou um SUV médio - concorrente de Jeep Compass, Corolla Cross, GWM Haval H6 e Volkswagen Taos - que tem preço de SUV compacto, ou seja, modelos de uma categoria abaixo, como Chevrolet Tracker, Volkswagen T-Cross e Nivus e Hyundai Creta.

Com essas características, o carro está atraindo o público de duas categorias, com tanto sucesso que há fila de espera de até 120 dias para conseguir comprar a versão mais barata. Para entrar nela, o cliente precisa oferecer uma entrada de R$ 10 mil, o que comprova o interesse em, de fato, levar o carro para casa.

A estratégia também está servindo para impulsionar as vendas do Tiggo 5X e do Tiggo 8. "Ao chegar na concessionária e se deparar com uma fila de espera de 120 dias, muitas vezes o cliente é convencido a escolher um carro da categoria inferior ou superior, a depender do seu poder de compra. Tudo isso está aumentando o desejo pela marca", finaliza Bacellar.

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