GM fecha fábricas na América do Sul; Ford fez o mesmo no Brasil e foi feliz
A General Motors anunciou nesta semana o fechamento de suas fábricas na Colômbia e no Equador, tornando-se apenas importadora de veículos nesses países - movimento semelhante ao que a Ford adotou no Brasil em 2021.
No caso das operações da GM no Brasil,, não há risco de fechamentos de fábricas no país, já que a dona da Chevrolet acabou de anunciar investimento de R$ 7 bilhões em nosso mercado.
De acordo com a General Motors, que agora só tem fábricas no Brasil e na Argentina dentro da América do Sul, a decisão permitirá maior competitividade na região.
"Os investimentos recentemente anunciados pela empresa no Brasil vão acelerar a mobilidade sustentável (...) por meio da renovação do portfólio, desenvolvimento de tecnologias inovadoras, evolução das operações e criação de novos negócios", disse, por meio de nota.
No fim do ano passado, a GM iniciou um Programa de Demissão Voluntária para desligar cerca de 1,2 mil funcionários de suas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, em São Paulo. Na época, surgiram rumores de que essas plantas no Brasil estariam em risco, mas foram afastados em janeiro, após o anúncio de novos investimentos.
Ford se deu bem na importação
Pouco mais de três anos após o anúncio do fim da produção de veículos no Brasil, a Ford mostra que, ao menos do ponto de vista de saúde financeira, estava certa em fechar suas fábricas aqui. Desde o terceiro trimestre de 2021, depois de oito anos sem solidez financeira, a marca vive momento de lucros bilionários e crescimento na região.
Em 2022, de acordo com anúncio do antigo presidente para América Latina, Daniel Justo, à época, a companhia lucrou cerca de 300 milhões de dólares na região, ou mais de R$ 1,5 bilhão. A partir de 2023, a empresa deixou de divulgar seus resultados divididos por região, mas garantiu que estava muito satisfeita com o cenário, já que cresceu cerca de 40% no Brasil - muito acima do crescimento do mercado, de 11,3%.
No primeiro trimestre de 2024, mais crescimento: considerando apenas automóveis, houve um aumento de 237% nas vendas. No total - somando automóveis e comerciais leves, que engloba vans e picapes, - a Ford vendeu 44% unidades a mais do que no mesmo período de 2023, ano em que já havia crescido cerca de 40%. Foram 8,1 mil unidades em três meses.
O cenário é bem discrepante em relação ao ano de 2019, quando a montadora americana comercializava, em média, 14 mil carros por mês e estava entre as cinco maiores marcas do do Brasil em vendas. A principal diferença é que o volume deixou de ser privilegiado, em detrimento da margem de lucros. Como importadora, a Ford passou a vender veículos mais caros, de nicho, e portanto, mais rentáveis também, saindo do prejuízo.
Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.
Deixe seu comentário