Aeroporto fechado e cemitério de carros: locadoras perdem R$ 330 mi no RS
As locadoras de veículos do Rio Grande do Sul estão enfrentando um momento crítico.
Os prejuízos já ultrapassam os R$ 330 milhões, principalmente devido à enchente que atingiu o Aeroporto Internacional Salgado Filho, na capital Porto Alegre, que concentra uma parcela considerável das empresas do ramo - o estoque de muitas ficou embaixo d'água e a absoluta falta de passageiros em busca de automóveis tem sido outro duro golpe nos negócios do setor.
O aeroporto completou no último sábado (25) três semanas de alagamento, desde quando a água cobriu a pista, o pátio e o terminal no dia 4 de maio. As operações foram suspensas por tempo indeterminado, e as locadoras que atendiam os passageiros viraram um verdadeiro "cemitério de carros" a céu aberto.
Em entrevista exclusiva, Paulo Miguel Junior, vice-presidente da Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), forneceu detalhes sobre a extensão dos danos.
"Na região do aeroporto, incluindo as locadoras do centro de Porto Alegre, estimamos que cerca de 3.000 carros foram atingidos. Considerando que o estado tem uma frota de 20 mil veículos, isso representa uma perda significativa," explicou Paulo Miguel. O executivo exemplifica que o preço médio de um veículo de locadora é de R$ 112 mil, estimando um prejuízo de R$ 336 milhões.
Carros destruídos sem seguro
A maioria dos veículos danificados não possui seguro contra alagamentos, já que muitas locadoras não incluem esse tipo de cobertura em suas apólices.
"A maioria desses carros foi perdida porque as locadoras não têm seguro próprio para alagamentos por causas naturais, apenas para clientes. As poucas que possuem, não cobrem esse tipo de sinistro. Muitos desses veículos vão direto para leilões," disse o vice-presidente da Abla.
Fotos feitas pela Agência Brasil mostram centenas de carros claramente inutilizados por conta da enchente, nos arredores do aeroporto de Porto Alegre.
Além das perdas materiais, as locadoras estão enfrentando dificuldades operacionais severas.
"Com a dificuldade de locomoção, as locadoras estão prejudicadas em suas atividades, sem conseguir locar carros. Ainda precisamos apurar os carros que estavam com clientes no momento da enchente," acrescentou Paulo Miguel.
As dificuldades não param aí. Há uma demanda crescente por apoio de órgãos de defesa civil, que necessitam de veículos para ajudar na reconstrução do estado. "Alguns órgãos de defesa civil estão pedindo apoio de carros, mas as locadoras de lá estão muito comprometidas. Vamos precisar de carros para ajudar na reconstrução do RS. As empresas estão debilitadas financeiramente por conta dos prejuízos, e isso será dramático tanto para elas quanto para o restante da população," destaca Paulo Miguel.
A situação exige uma resposta rápida e coordenada para mitigar os impactos econômicos e sociais. As locadoras de veículos são importantes não apenas para a mobilidade da população, mas também para a infraestrutura e a economia do estado.
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