Paula Gama

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Efeito cascata: quais SUVs ficaram mais baratos de olho nos rivais chineses

Depois de meses e anos de alta no preço dos automóveis, as montadoras começam a dar sinais de que estão cedendo ao mercado, principalmente à concorrência chinesa.

Desde o início do ano, diversos modelos, principalmente SUVs, estão passando por reduções de preços, para a alegria dos consumidores. Além de fatores como a entrada agressiva de veículos chineses, o aumento na produção e a situação econômica da classe média brasileira são elementos-chave nesse movimento.

Modelos como o GWM Haval 6 e o BYD Song Plus têm chegado ao mercado com preços competitivos, forçando as montadoras tradicionais a repensarem suas estratégias de precificação.

Outra chinesa, a Caoa Chery, por sua vez, lançou a linha 2025 de seus SUVs com reduções de até R$ 10 mil em relação à linha 2024. Modelos como o Tiggo 5X, Tiggo 7 e Tiggo 8 tiveram seus preços reduzidos, apesar de algumas versões terem passado por um reajuste menor em maio em relação ao lançamento.

Caoa Chery Tiggo 7 Sport 2025
Caoa Chery Tiggo 7 Sport 2025 Imagem: Divulgação

Esse movimento cria um verdadeiro cascata. Um exemplo claro dessa tendência pode ser observado nos modelos da Jeep. O Commander Longitude 5L T270, por exemplo, teve seu preço reduzido de R$ 241.590 para R$ 217.290, representando um desconto de R$ 24,3 mil. Já o Commander Overland TD380 4x4 passou de R$ 338.990 para R$ 298.290, com uma redução de R$ 40,7 mil.

Outro modelo que sofreu redução foi o Compass Limited TD380 4x4, que agora custa R$ 249.990, uma queda de R$ 20 mil em relação ao preço anterior.

O Volkswagen Taos também sentiu o impacto da concorrência chinesa.

Embora tenha sido lançado para competir diretamente com o Compass, o modelo não conseguiu atingir o sucesso esperado, com apenas 15,9 mil unidades vendidas no ano passado, das quais 37% foram através de vendas diretas. Em fevereiro deste ano, o preço do Taos foi reduzido em R$ 6.400. Atualmente, o Taos Highline tem um preço público de R$ 210.990, mas para pessoa jurídica (PJ), o modelo sai por R$ 189.891, um desconto de R$ 21.099, ou 10%.

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A Chevrolet do Brasil também anunciou uma redução nos preços do SUV Tracker em maio de 2024, visando o público PCD. Modelos com preços acima de R$ 120 mil agora se beneficiam de isenção de IPI e de um bônus de fábrica ampliado. A configuração LT 1.0 Turbo, por exemplo, teve seu preço reduzido de R$ 129.376 para R$ 123.294, um desconto de R$ 6.082.

A versão LTZ 1.0 Turbo, por sua vez, passou de R$ 140.531 para R$ 134.859, com uma redução de R$ 5.672. A variante RS 1.2 Turbo teve seu preço reduzido de R$ 152.745 para R$ 146.577, um desconto de R$ 6.168. Além disso, outros modelos da Chevrolet, como o Onix Plus, estão com descontos significativos, chegando a R$ 14 mil a menos para pagamentos à vista e trocas de usados.

Concorrência chinesa não é única explicação

Chevrolet Tracker está com condições especiais para PcD
Chevrolet Tracker está com condições especiais para PcD Imagem: Divulgação

A entrada de SUVs chineses como o Haval 6 e o Song Plus a preços competitivos tem sido um dos principais motores para a redução de preços dos outros modelos no Brasil. Esses veículos oferecem tecnologia e custos menores, pressionando as montadoras tradicionais a ajustarem suas estratégias.

Além disso, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a produção de veículos aumentou 21,7% entre abril de 2023 e abril de 2024. Esse aumento na oferta de veículos contribui para a necessidade de ajustes nos preços para manter a competitividade no mercado.

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A classe média brasileira enfrenta um cenário econômico complicado, com o endividamento das famílias chegando a 78,5% em abril. Esse fator tem levado as montadoras a reduzirem os preços para tornar seus veículos mais acessíveis a um público com menor poder de compra.

Ricardo Bacellar, fundador da Bacellar Advisory Boards, destaca que muitos consumidores estão cada vez mais interessados em veículos híbridos e elétricos, não apenas pela sustentabilidade, mas pela quantidade de tecnologia embarcada. "Quanto mais competitivos esses novos carros ficarem, mais o mercado como um todo terá que se adaptar. É claro que a queda de preço vai chegar", analisa.

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