Paula Gama

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Golpe do paninho é real? Vídeo de suposto roubo de carro assusta motoristas

Nas últimas semanas, um vídeo tem causado polêmica nas redes sociais. Uma narradora afirma postar, a pedido de uma delegada, imagens de uma câmera de segurança que flagraram um criminoso aplicando o que foi apelidado de 'golpe do paninho'.

Elas mostram uma motorista que supostamente desmaia após entrar em contato com um tecido embebido por uma substância e deixado no retrovisor por um bandido.

O vídeo, aparentemente, é falso. Segundo especialista ouvido pela reportagem, o ângulo, os cortes e os movimentos dão indícios de que não se trata de uma câmera de segurança.

No desenrolar das imagens, o homem coloca um tecido contaminado no retrovisor de um carro. Em seguida, a proprietária do veículo chega, mexe no pedaço de pano e desmaia.

A partir de então, o bandido aparece e rouba seus pertences, incluindo o carro. Alguns perfis que publicaram o vídeo afirmaram que se tratava de uma simulação de um golpe que de fato tem acontecido, mas a verdade é que ele é muito improvável.

O policial federal e instrutor de defesa pessoal Fábio Henriques afirma que o golpe dependeria de muitas variáveis, por isso jamais seria a opção real de um criminoso.

"Primeiro, não existe uma substância com esse efeito tão forte e imediato. Outra questão é que o ladrão dependeria de muitas condicionantes para dar certo. Dificilmente uma pessoa normal iria cheirar aquele pano. O que os bandidos fazem é seguir uma pessoa, procurar o momento de fragilidade da pessoa e usar violência para rendê-la", explica.

Para Henriques, esse tipo de publicação, feito para viralizar, é um desserviço para a população. "Esses vídeos causam um pânico entre as pessoas, principalmente na terceira idade. É um desfavor que as pessoas fazem em busca de likes. As pessoas começam a ficar paranoicas, isso não existe", esclarece.

Apesar do 'golpe do paninho' ser fake, isso não significa que as pessoas estão imunes a roubos e sequestros. Na verdade, o especialista explica que a ideia de que os bandidos vão aplicar golpes mirabolantes alienam as pessoas do que realmente acontece.

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"Hoje, os bandidos procuram oportunidade e facilidade. Ou seja, buscam alvos fáceis: pessoas sozinhas, desatentas, em espaços desertos? O crime normalmente acontece quando não se espera", alerta.

Para evitar ser vítima, a recomendação é estar sempre alerta, sem precisar estar alarmado, já que um alto nível de desespero pode piorar a situação.

"Normalmente, os criminosos agem em dupla e possuem um planejamento - que é o que dificulta a reação da vítima. No entanto, o conhecimento é sua arma mais poderosa. Ter consciência sobre segurança não significa estar apavorado, cismado ou paranoico. Conhecimento e habilidades em autodefesa criam uma sensação de segurança essencial para seu bem-estar."

10 atitudes para evitar se não quiser ser alvo de bandidos

1- Caminhar em direção ao carro mexendo no celular

A distração dá mais tempo para a ação do criminoso, tornando a vítima um alvo fácil, além de despertar interesse em mais um objeto: o celular.

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2- Deixar para procurar a chave quando chegar estiver na frente do veículo

A atitude é muito comum entre as mulheres, que 'perdem' a chave dentro da bolsa. Além de deixar evidente para o bandido que você vai entrar no carro, dá mais tempo para ele agir. A recomendação é sair do local com a chave na mão, mas sem apontar para o carro, de forma discreta.

3- Abrir o carro à distância

A hora certa de abrir o carro é quando estiver na frente da porta, pronto para entrar. Abrir à distância dá ao criminoso a chance de entrar no veículo antes, ou junto com você.

4- Ficar parado dentro do carro

Quem nunca entrou no carro e, antes de dirigir, respondeu uma mensagem no WhatsApp ou fez uma ligação? A atitude muitas vezes acontece antes mesmo de travar a porta do carro, ficando exposta à ação de criminosos. A recomendação do policial federal Fábio Henriques é sair do local com a chave na mão, olhar rapidamente ao redor, entrar no carro, travar a porta e sair o mais rapidamente possível do local.

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5- Parar no semáforo de vidros abertos

O Manual de Autoproteção da Polícia Militar de São Paulo também tem recomendações do que não fazer para evitar furtos e assaltos. Uma delas é evitar parar em semáforos com vidros abertos e portas destravadas.

6- Andar em direção ao carro com a bolsa para trás

Outro alerta em relação ao momento de entrada no carro é em relação a bolsas e mochilas. O correto é andar em locais públicos com o objeto à frente do corpo, evitando furtos e também que um criminoso puxe seu corpo pela alça.

7- Não prestar atenção no entorno

A Polícia Militar recomenda que, antes de entrar ou sair de casa - ou outro local-, verifique-se a presença de pessoas ou atividades estranhas nas proximidades. Se houver movimentação suspeita, o correto é não parar o carro, seguir reto e avisar aos familiares e chamar a polícia, se for o caso.

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8- Estacionar em vagas difíceis de sair

Outro alerta da polícia é estacionar sempre em condições de sair facilmente, caso surja algum problema. Por isso, quando possível, estacione de ré. Assim, na hora de sair, não precisará fazer manobras, poupando tempo. O mesmo vale para vagas apertadas em locais afastados: é bom evitar.

9- Deixar mochilas e casacos no banco de trás

Ao estacionar, deixe o mínimo de objetos dentro do carro, para não atrair a atenção de criminosos. Mochilas, casacos e bolsas de lojas podem dar a impressão de que há coisas de valor no veículo. Se possível, guarde tudo no porta-malas.

10- Parar em locais desertos devido a pequenas batidas

A Polícia Militar é clara ao dizer que pequenas batidas podem ser suspeitas, principalmente quando parecem ter sido provocadas. "Nestes casos não pare, especialmente à noite, em locais isolados, mal iluminados e de pequena circulação de pessoas e veículos. Sinalize para que as demais pessoas envolvidas possam segui-lo até o posto policial mais próximo."

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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