De Corolla fake a Siena dos anos 90: como são os carros da Coreia do Norte

Kim Jong-un, conhecido por sua vasta coleção de carros de luxo, adicionou este Aurus Senat à sua frota, que, segundo especialistas, inclui veículos que entraram na Coreia do Norte de forma clandestina, devido às rigorosas sanções da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, o mercado automotivo interno do país apresenta características únicas e menos conhecidas.

A Coreia do Norte, sendo um dos países mais isolados do mundo, oferece poucas informações sobre os veículos vendidos internamente. As informações chegam por meio de raros visitantes.

Uma das fontes é o China Cars Forums, que conta com a participação de entusiastas que compartilham suas descobertas. Em abril de 2021, o usuário blackflag1714 revelou que a prática de clonar carros de outras marcas continua forte no país. Um exemplo notável é o Pyeonghwa Hwiparam 1622, que é essencialmente uma cópia do Toyota Corolla da geração comercializada no Brasil entre 2015 e 2019.

Além do Hwiparam, a Pyeonghwa Motors, fundada em 1999 pela Igreja da Unificação da Coreia do Sul, produz o Junma, que é um clone do SsangYong Chairman - que, por sua vez, tem como base o Mercedes Benz W124, e o Pronto, baseado no Hyundai Porter.

A fábrica, estabelecida na Coreia do Norte em 2000, foi um símbolo da 'Política do Raio de Sol', uma iniciativa de paz da Coreia do Sul. A Pyeonghwa também colaborou com a fabricante chinesa Brilliance Auto para montar vans Jinbei Haise, que são baseadas em modelos antigos do Toyota Hiace.

A segunda maior fabricante automotiva do país é a Sungri Motor Plant, fundada em 1950. Entre seus veículos está o Jaju, uma cópia do Volkswagen Passat. Outro modelo produzido é o Hwiparam, que se baseia na primeira geração do Fiat Siena, lançado no Brasil em 1996. Enquanto por aqui esse modelo saiu de linha, na Coreia do Norte ele ainda é fabricado e comercializado.

Os veículos norte-coreanos são frequentemente baseados em modelos mais antigos e modificados para atender às necessidades locais. Isso se deve, em parte, à falta de acesso a novas tecnologias e componentes modernos, bem como às restrições econômicas e políticas que o país enfrenta.

A visita de Putin e o presente do Aurus Senat destacam as complexidades de um país onde o luxo e a escassez coexistem, refletindo-se também em seu mercado automotivo peculiar e adaptado às circunstâncias internas e externas.

Na Coreia do Norte, a maioria da população não possui acesso a carros particulares devido a restrições econômicas e políticas. O uso de veículos privados é um privilégio reservado principalmente à elite governamental, estrangeiros residentes e algumas empresas estatais. O transporte público é, portanto, a principal forma de locomoção para a maioria dos norte-coreanos.

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