Paula Gama

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Roubo de motos: o que motociclista deve fazer para tentar evitar bandidos

As ocorrências de roubos e furtos de motos na capital e na Região Metropolitana de São Paulo tiveram uma queda de 1,2% nos quatro primeiros meses de 2024 em relação ao ano anterior. Apesar do cenário positivo, os crimes envolvendo modelos com cilindrada a partir de 500 cc revelam um cenário preocupante: 78,68% dos casos são roubos, onde há uso de violência ou ameaças, contra 21,32% de furtos.

A Honda CB 500 lidera a lista das motos mais roubadas, com 81 ocorrências. A diferença em relação à segunda colocada, Triumph Tiger 1200, com 38 sinistros, é significativa. Os dados foram obtidos a partir de informações oficiais disponibilizadas pela Secretaria da Segurança Pública do governo paulista.

O centro de São Paulo registra o maior número de ocorrências, com 23 casos, seguido de Tatuapé (16), Santo Amaro (15), Sapopemba (14) e Pinheiros (13). Os dias mais perigosos para os motociclistas são os fins de semana, especialmente os domingos, com 255 ocorrências, comparados a 197 no sábado e 129 na sexta-feira.

Desde o primeiro semestre de 2023, os roubos e furtos de motos de alta cilindrada vêm aumentando. Na época, houve uma alta de 70% em relação ao período anterior. De acordo com Fernando Correia, gerente de operações da empresa de rastreamento Ituran, muitos desses crimes têm a ostentação como principal motivação, além do desmanche e venda de peças.

"Essas motos são usadas para ostentação durante 'rolezinhos' em comunidades ou bailes funk. Acabam abandonadas depois ou são desmanchadas para venda de peças", explica. As ações criminosas ocorrem majoritariamente de quinta-feira a domingo, coincidindo com os dias em que esses eventos são mais frequentes.

Dicas de segurança

Fábio Henriques, policial federal e instrutor de autodefesa, enfatiza a importância da preparação mental para sobreviver à violência, principalmente no caso de roubos, que acontecem - na maior parte dos casos - com emboscadas em vias de menor fluxo.

A principal recomendação é estar alerta para prever a situação e sair dela sem precisar de confronto. Por exemplo, identificando o cenário com antecedência e desviando para uma rua mais movimentada.

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"O princípio básico para sobreviver à violência é a preparação mental, mais do que o preparo físico. Isso envolve visualizar uma cena de crime e ensaiar mentalmente como reagir. Significa antecipar possíveis cenários de violência e ter um plano de ação claro. Ao fazer isso, você está mais bem preparado para agir rapidamente e de maneira eficaz quando confrontado com uma situação real", explica.

Henriques, no entanto, adverte contra reações impulsivas. "Uma reação mal definida, impensada ou realizada por impulso pode ter resultados trágicos. É essencial saber quando lutar, fugir ou, se não houver outra opção, se render. A decisão adequada em momentos críticos pode fazer a diferença entre a vida e a morte."

Dois vídeos publicados nas redes sociais do instrutor exemplificam a recomendação. Em um deles, o motociclista consegue perceber uma emboscada à frente. Quatro homens, em duas motos diferentes, tentam fechá-lo em uma rodovia. Em uma situação favorável, percebendo o movimento com antecedência e com uma moto mais potente, ele consegue acelerar e fugir dos bandidos antes do assalto ser anunciado.

Em outro caso, um motociclista tenta dar meia volta para fugir de uma situação semelhante após ameaça dos criminosos, mas é logo alcançado. Ou seja, tentar reagir pode dar errado se não houver preparo para isso.

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