Paula Gama

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Carros 'dedo-duro': veja o que pode mudar para quem estaciona errado em SP

Se você mora ou circula com frequência pela cidade de São Paulo, já deve ter visto um dos 100 veículos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que percorrem as ruas com câmeras instaladas no teto. Esses carros, conhecidos como 'carros dedo-duro', geram dúvidas entre os motoristas: afinal, eles conseguem multar automaticamente quem estaciona de forma irregular nas vagas de Zona Azul?

A resposta não é simples. Atualmente, esses veículos são capazes de flagrar infrações e enviar as informações para uma central de controle, mas ainda não multam de forma automática. As câmeras capturam a placa do veículo e verificam, com a ajuda de um sistema de GPS, se o automóvel está com o Cartão Azul Digital (CAD) ativado ou se excedeu o tempo permitido. No entanto, é um agente de trânsito que precisa, ainda, fazer a autuação com base nas imagens.

O impasse da regulamentação

Há mais de um ano, o processo de regulamentação para que esses carros possam aplicar multas de maneira automática está em análise pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). De acordo com a assessoria do órgão, a minuta que estabelece os requisitos mínimos para o uso desses sistemas automáticos foi aberta para consulta pública e segue sendo analisada. Não há previsão de quando essa regulamentação será finalizada.

Enquanto isso, a CET continua a operar os carros 'dedo-duro' da mesma maneira: eles detectam as infrações e enviam as informações para os agentes, que então confirmam ou não a autuação.

"As autuações não são realizadas automaticamente", esclarece a companhia. O processo ainda depende de intervenção humana para garantir que a multa seja aplicada de forma correta.

O que muda com a regulamentação?

Caso a portaria seja aprovada e implementada, as autuações poderão ser feitas de maneira totalmente automatizada. As câmeras instaladas nos veículos e em pontos fixos serão capazes de verificar a placa, a localização e o tempo de permanência, tudo com precisão garantida por GPS e sistemas de reconhecimento óptico de caracteres (OCR).

O sistema exigirá que sejam capturadas duas imagens do veículo com intervalo mínimo de 15 minutos, comprovando que o automóvel excedeu o tempo permitido. Além disso, a tecnologia será ajustada para registrar informações precisas como data, hora, local e a sinalização de trânsito no entorno.

Por enquanto, São Paulo segue operando sem esse sistema automatizado, mas a pressão para sua regulamentação continua, uma vez que outras cidades já começaram a implantar modelos semelhantes, ainda que de forma irregular.

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Em meio a essa indefinição, a Prefeitura de São Paulo aumentou o número de vagas de Zona Azul em 26% desde 2021, chegando a 55.566 vagas para automóveis.

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