Paula Gama

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BYD recorre a Alckmin para evitar atraso da construção de fábrica na Bahia

No início da semana passada, o vice-presidente sênior da BYD, Alexandre Baldy, reclamou da demora do governo federal em processar um pedido para regime de exceção tarifária de máquinas para a fábrica da montadora chinesa que está em construção nas antigas instalações da Ford em Camaçari, na Bahia.

Por causa do entrave burocrático, os equipamentos estão parados no Porto de Salvador (BA) há cerca de dois meses, o que poderia atrasar o início da operação da fábrica, previsto para dezembro, em regime pré-série.

Após a reclamação pública, esta coluna apurou que Baldy e o presidente da BYD Brasil, Tyler Li, estiveram reunidos com o vice-presidente e titular do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Geraldo Alckmin, em Brasília, na terça-feira passada (29).

Uma fonte ligada à diretoria da BYD informou que Tyler Li saiu da reunião animado e que o ministro se comprometeu a buscar uma solução rápida para a questão, um sinal de otimismo para a BYD em meio à burocracia.

Em resposta a um pedido do UOL de confirmação do teor da reunião, no entanto, o MDIC esclarece que a reunião foi agendada a pedido da empresa para tratar de diversos assuntos, incluindo o atraso na liberação das máquinas.

"A empresa reconheceu os equívocos na apresentação dos pedidos originalmente e na reapresentação do pedido na última sexta-feira fez as correções necessárias. Na reunião, foram tratados temas ligados aos benefícios do regime regional, estágio dos investimentos e outros pedidos que serão apresentados futuramente", diz a assessoria do ministério.

O MDIC esclarece que não libera bens importados, cabendo à Receita Federal a realização dos procedimentos.

"Não houve atraso na apreciação dos pedidos apresentados. A empresa está ciente da necessidade de adequação há cerca de 50 dias, mas apenas no dia 25 de outubro reapresentou os pedidos", reforça.

Regime de exceção tarifária

Em recente entrevista à agência de notícias Reuters, que noticiou em primeira mão a retenção dos equipamentos no Porto de Salvador, Baldy afirmou que as máquinas importadas não têm fabricação local equivalente e por isso se enquadrariam no regime de incentivo fiscal.

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"Desde maio a gente aguarda [resposta ao] pedido que foi feito à Câmara de Comércio Exterior para que a gente pudesse ter esse regime", disse Baldy.

As máquinas começaram a ser recebidas no porto em 28 de agosto e serão utilizadas no sistema de movimentação e transferência de carrocerias na linha de montagem da nova fábrica de automóveis, conforme declarado pela empresa. Elas correspondem a aproximadamente 15% da capacidade total a ser instalada em Camaçari.

A BYD também informou à Reuters que a falta dessas máquinas inviabiliza completamente o início da produção na unidade, ressaltando que "todos esses equipamentos são essenciais para o começo da produção em Camaçari".

A meta da montadora é de iniciar a montagem de seus veículos na fábrica em dezembro, com a produção completa dos modelos programada para o primeiro semestre de 2025.

A unidade da BYD na Bahia terá uma capacidade estimada de 150 mil veículos por ano na fase inicial, com a expectativa de aumentar para 300 mil unidades anuais até 2028.

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