Tuk-tuk? O que são os novos veículos que rodam pelas ruas de São Paulo
Um novo tipo de veículo, que lembra o tradicional tuk-tuk asiático, tem chamado atenção nas ruas de São Paulo: o triciclo com cabine fechada. Nem carro, nem moto, esse modelo traz motor elétrico e promete uma opção sustentável e barata para o transporte urbano. Popular em países como Índia e Tailândia, ele começa a despertar interesse tanto para serviços de entrega quanto para o transporte de passageiros, apesar de ainda enfrentar barreiras legais e operacionais no Brasil.
Uma das primeiras operações desse tipo é conduzida pela Grilo Mobilidade, empresa que começou a utilizar triciclos elétricos fechados em São Paulo e Porto Alegre. Inicialmente apresentados como uma alternativa semelhante ao Uber para transporte por aplicativo, os veículos tiveram seu propósito adaptado após enfrentarem proibição da prefeitura logo após seu lançamento em abril de 2023.
O Comitê Municipal do Uso do Viário (CMUV) argumentou que os triciclos se assemelhavam a serviços de mototáxi — um modelo já proibido na capital — devido à exigência da CNH categoria A para seus motoristas.
Isso fez com que a Grilo Mobilidade voltasse suas atividades para entregas e ao transporte corporativo. Esses triciclos possuem bateria de lítio, capacidade de carga de até 200 kg, são emplacados, homologados pelo Senatran e oferecem cinto de segurança de três pontos, além de uma velocidade máxima de 50 km/h.
Como são enquadrados?
No Brasil, eles são considerados pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) como veículos automotores da categoria triciclo. Marco Fabrício Vieira, conselheiro do Cetran-SP, explica: "O CTB trata esses triciclos como veículos de três rodas, que podem ter cabine, mas que precisam ser registrados, licenciados e emplacados."
Para dirigi-los, é exigida uma CNH de categoria A, usada também para motos. E, por possuírem cabine fechada com cinto de segurança, esses veículos dispensam o uso de capacete.
Além das operações de empresas como a Grilo, triciclos semelhantes, importados diretamente da China, começam a aparecer em sites de venda brasileiros. O modelo Zhejiang Huangyan, por exemplo, é comercializado por aproximadamente R$ 45 mil. Esse tipo de veículo desperta a atenção tanto de empresas de logística quanto de pequenos empreendedores que buscam alternativas econômicas para entregas e deslocamentos.
Prós e contras do uso como transporte de passageiros
Os triciclos com cabine fechada trazem algumas vantagens evidentes: são mais seguros do que motos, proporcionam proteção contra o clima e não emitem poluentes. No entanto, seu uso como transporte de passageiros ainda gera debate. A Prefeitura de São Paulo informa que a legislação atual permite apenas o uso desses veículos para entregas de mercadorias. O transporte de passageiros em vias públicas não é autorizado.
Caso venham a ser liberados para transporte de passageiros, esses triciclos poderiam ser úteis para curtas distâncias em áreas centrais e comerciais, onde velocidades baixas são desejáveis e o uso de veículos menores ajuda a reduzir o impacto ambiental. Por outro lado, a presença massiva desses triciclos no trânsito pode afetar a fluidez em vias mais movimentadas.
Multiplicação desses triciclos: solução ou problema?
A popularização desses triciclos com cabine fechada poderia trazer novos desafios para o trânsito de São Paulo. O porte dos triciclos é maior que o das motos e poderia resultar em maior ocupação das vias e congestionamentos adicionais. Para empresas e empreendedores, o custo, por ora, elevado, representa um investimento significativo em comparação às motos, mas traz benefícios econômicos em combustível e isenção de emissões.
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Quero receberCom a demanda crescente por alternativas sustentáveis no trânsito e o desejo de maior segurança e conforto, os triciclos com cabine podem estar só no começo de sua jornada no Brasil. Será que veremos um dia esses tuk-tuks elétricos cruzando as ruas de São Paulo com passageiros? Isso ainda depende de ajustes na regulamentação e de uma cuidadosa avaliação dos impactos na mobilidade urbana.
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