Carros xodós de William Bonner viram atração de museu e valem uma fortuna
William Bonner é um nome indissociável do telejornalismo brasileiro, mas o apresentador também tem uma relação especial com os automóveis. Dois de seus antigos carros, um Volkswagen Passat TS (1976) e um Ford Escort XR3 (1986), hoje fazem parte do acervo do CARDE, o Museu de Automóveis de Campos do Jordão, no interior de São Paulo.
Bonner postou fotos dos carros no museu e relatou a emoção de reencontrá-los em sua visita ao acervo: "Numa ala do emocionante @carde.museu, meu reencontro com 2 exemplares que já tiveram meus cuidados e minha paixão".
Conversamos com Luiz Goshima, curador do museu, para entender como esses carros se tornaram protagonistas em um espaço dedicado à celebração do design, da inovação e da nostalgia.
Como os carros chegaram ao museu
A história dos veículos de Bonner no CARDE começa com outro entusiasta de carros clássicos. "Um colecionador amigo nosso adquiriu os dois carros diretamente do apresentador e, sabendo da proposta do museu, decidiu que eles seriam perfeitos para integrar o acervo", relata Goshima.
A partir daí, os veículos foram incorporados à coleção, onde passaram por um trabalho minucioso para garantir que cada detalhe de sua originalidade fosse preservado.
"O mais interessante é que os carros já estavam em excelente estado quando chegaram até nós. Tanto o Passat quanto o Escort haviam sido muito bem cuidados por seus proprietários anteriores", afirma o curador. Essa atenção ao cuidado e à manutenção é fundamental no mercado de carros antigos, onde a integridade do veículo é uma das principais métricas para sua valorização.
Além de serem veículos marcantes por si só, o fato de terem pertencido a William Bonner adiciona um elemento de curiosidade e exclusividade. "Embora o histórico de propriedade não seja o principal fator de valorização, ele certamente atrai a atenção dos visitantes e pode influenciar negociações futuras, caso os carros retornem ao mercado", explica Goshima.
Segundo o curador, a crescente demanda por clássicos como o Passat TS e o Escort XR3 é movida por um forte componente emocional. "Esses carros trazem à tona memórias de uma época. Muitos visitantes nos contam histórias pessoais relacionadas aos modelos, seja porque os dirigiram no passado, seja porque sonharam em possuí-los", comenta.
Por que os carros de Bonner são tão especiais?
Os dois modelos que passaram pelas mãos do apresentador possuem características que os tornam objetos de desejo entre colecionadores e entusiastas do passado automobilístico brasileiro. Ambos mantêm 100% da originalidade, um feito raro para veículos com mais de 30 ou 40 anos.
Além disso, eles continuam em perfeitas condições de funcionamento, garantindo não apenas sua beleza estética, mas também seu apelo funcional.
Volkswagen Passat TS (1976)
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Quero receberO Passat TS foi um marco na indústria automotiva nacional, sendo um dos primeiros esportivos populares fabricados no Brasil. Equipado com motor 1.6 e suspensão independente, o carro oferecia uma dirigibilidade inédita para sua época. Seu design clássico e robustez o transformaram em ícone, especialmente entre os jovens da década de 1970.
Atualmente, o modelo é altamente valorizado no mercado de colecionadores. "Um Passat TS como o do museu, totalmente preservado e com quilometragem baixa, pode valer mais de R$ 100 mil", estima Goshima. O carro também carrega um simbolismo afetivo: "Muitas pessoas que visitam o museu se lembram de quando dirigiram ou sonharam em dirigir um Passat", afirma.
Ford Escort XR3 (1986)
Já o Escort XR3 remete à década de 1980, quando era sinônimo de sofisticação e esportividade. Com detalhes como rodas esportivas, teto solar e aerofólio traseiro, o modelo se destacava pelo apelo visual.
Equipado com motor 1.6 e câmbio manual de cinco marchas, oferecia desempenho razoável aliado a um interior bem-acabado, com bancos esportivos e painel exclusivo.
O Escort XR3 era um símbolo de status. Possuí-lo na época era sinônimo de sucesso pessoal e profissional. Hoje, exemplares em condições semelhantes ao de Bonner podem atingir valores de até R$ 200 mil, refletindo o status de objeto de colecionador.
A coleção de Bonner
William Bonner é um verdadeiro entusiasta de carros clássicos, com uma coleção que reflete sua paixão e apreço pela história automotiva. Entre os veículos que passaram por sua garagem, destacam-se o Volkswagen Gol GTS, um modelo icônico dos anos 80, e o Ford Mustang Fastback 1966, que é um símbolo de estilo e performance.
O Gol GTS, em especial, é valorizado não apenas por seu design esportivo, mas também por ser um marco na cultura automotiva brasileira, enquanto o Mustang representa a essência dos muscle cars americanos. Bonner frequentemente compartilha detalhes sobre sua coleção nas redes sociais.
Além desses clássicos, a coleção de Bonner inclui outros modelos notáveis como o Porsche 911 Targa 1996 e o Jeep Grand Cherokee Limited 1997. Ele se dedica a restaurar e manter esses carros em excelente estado.
O museu CARDE
Localizado em Campos do Jordão, o CARDE — sigla para Centro de Arte, Restauração e Design de Exposição — é um espaço que vai além de um simples acervo de automóveis. Idealizado pela Fundação Lia Maria Aguiar, o museu combina a paixão pelos veículos clássicos com um olhar artístico e histórico.
"O CARDE foi pensado para conectar os automóveis com a história do Brasil, com a cultura global e com o design", explica Luiz Goshima. Diferentemente de outros museus automotivos, que priorizam a exposição estática de veículos, o CARDE propõe uma experiência interativa e educativa.
Entre os destaques do museu estão carros históricos, peças de arte automotiva e exposições imersivas que contextualizam os veículos dentro de períodos históricos e culturais. "Os automóveis são usados como pano de fundo para contar histórias mais amplas, ligadas ao design, à tecnologia e até aos movimentos sociais de diferentes épocas", conta o curador.
A proposta do museu é também inclusiva. Goshima revela que o CARDE busca atrair um público diversificado, indo além dos entusiastas tradicionais de carros antigos. "Queremos que as pessoas enxerguem os automóveis como parte importante da nossa memória cultural e não apenas como máquinas", enfatiza.
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