Paula Gama

Paula Gama

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
ReportagemCarros

Falso atropelamento: como se proteger de armadilha para furtar motoristas

Nos últimos dias, um vídeo que viralizou nas redes sociais chamou atenção para uma situação de risco cada vez mais comum. Nele, um homem simula um atropelamento, aparentemente com a intenção de enganar o motorista e realizar um roubo. Quando percebe a chegada da polícia, o suspeito desiste e se afasta rapidamente.

Nos comentários, muitos internautas relatam já ter passado por situações semelhantes, levantando a preocupação sobre como se proteger deste tipo de golpe.

De acordo com o policial federal e instrutor de defesa pessoal Fábio Henriques, simular um atropelamento é uma prática recorrente, especialmente nos Estados Unidos, onde o condutor tem uma responsabilidade maior.

"No Brasil, a probabilidade de o motorista ser coagido a pagar um valor imediato é menor, mas o golpe é adaptado para a nossa realidade, em vez da extorsão, entra o furto", explica Henriques. Ele alerta para a seleção de vítimas feita pelos golpistas: "Pessoas vulneráveis, como idosos ou mulheres jovens e inexperientes, são mais propensas a serem alvo desses golpes", diz.

O especialista recomenda que, ao notar um pedestre se aproximando rapidamente do veículo, o motorista adote uma postura defensiva. "Manter a atenção no trânsito e evitar a direção automática é fundamental", ressalta.

Para ele, a principal estratégia de defesa é ainda dentro do carro, antes do suposto acidente, sempre com os olhos atentos ao comportamento dos pedestres. "Se o motorista estiver em uma velocidade mais baixa, a probabilidade de alguém tentar simular o atropelamento aumenta. Por isso, atenção redobrada", afirma.

Henriques também orienta que, ao perceber a tentativa de fraude, o motorista não deve sair do carro. "O golpista geralmente tenta aproveitar o nervosismo do motorista para intimidá-lo e até roubar seus pertences", afirma.

A primeira ação indicada é pegar o celular e começar a gravar a cena, documentando tudo, incluindo a posição do carro, do suposto ferido e possíveis testemunhas. "Registrar tudo é essencial", recomenda.

Continua após a publicidade

Se a situação começar a escalar para uma tentativa de extorsão, o policial aconselha chamar a polícia imediatamente e, se necessário, se deslocar para um posto de gasolina ou para uma delegacia próxima.

A Lei e a omissão de socorro

O CTB (Código de Trânsito Brasileiro) obriga o motorista a prestar socorro a vítimas de atropelamento. Advogado especialista em direito de trânsito e conselheiro do Contran, Marco Vieira destaca que, em caso de acidente com vítima, o condutor tem a obrigação de prestar socorro direto se possível, ou então, providenciar o socorro, o que significa acionar os órgãos competentes como polícia, bombeiros ou SAMU.

"Se o motorista não pode prestar socorro diretamente, ele deve comunicar imediatamente o fato às autoridades", explica Vieira.

Entretanto, Vieira também reconhece que em situações de simulação de atropelamento, a ação do motorista pode ser mais cautelosa.

"Se o motorista perceber que se trata de um golpe, ele não é obrigado a sair do veículo, principalmente se houver risco para a sua integridade física", afirma o advogado. Isso inclui o risco de linchamento ou violência por parte de terceiros que possam estar envolvidos no golpe. Nesse caso, a recomendação é chamar a polícia.

Continua após a publicidade

Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.