Paula Gama

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Aumento de radares em rodovias faz número de multas disparar em um ano

A fiscalização nas rodovias federais brasileiras nunca esteve tão intensa. De janeiro a setembro de 2024, o número de multas aplicadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) alcançou 6,6 milhões, um aumento de quase 70% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registradas 3,9 milhões de infrações.

Esse salto significativo não é mera coincidência, reflete uma série de medidas implementadas pela PRF para intensificar o monitoramento, desde a reativação de radares fixos e portáteis até o uso de tecnologias avançadas, como câmeras inteligentes e drones.

Segundo Jefferson Almeida, coordenador-geral de segurança viária da PRF, o objetivo é claro: garantir maior segurança nas rodovias. "Nos últimos anos, tínhamos muitos radares inativos devido a problemas técnicos ou falta de manutenção. Desde 2023, estamos religando esses equipamentos de forma planejada, e hoje cerca de 90% dos radares fixos estão ativos, algo que não víamos há muito tempo", explica Almeida.

Os números mostram essa evolução: os radares fixos passaram de 517 em dezembro de 2023 para 829 em setembro de 2024, enquanto os pontos de fiscalização de radares portáteis aumentaram de 194 para 232 no mesmo período.

A tecnologia como aliada na fiscalização

Além do retorno dos radares, a PRF está investindo em tecnologias de ponta para ampliar o alcance e a precisão das fiscalizações. Um dos avanços mais notáveis é o uso de câmeras inteligentes, capazes de identificar infrações que acontecem dentro do carro em movimento, como o uso de celular ao volante, falta do cinto de segurança e outras condutas de risco.

Essas câmeras estão sendo utilizadas em rodovias concessionadas, como a BR-324, na Bahia, e em parcerias como a estabelecida na Paraíba, onde as câmeras foram integradas à fiscalização mesmo em trechos sob administração pública.

"Essas câmeras monitoram os veículos em tempo real e permitem que os policiais validem as infrações à distância, garantindo maior abrangência na fiscalização", detalha Almeida.

O uso de drones também está ganhando espaço, principalmente em locais com alta incidência de infrações, como ultrapassagens perigosas. "A fiscalização com drones ainda está em fase de expansão, mas já estamos treinando mais policiais e testando equipamentos que serão incorporados em 2025", completa.

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Mudança de comportamento: o papel da fiscalização

O aumento das infrações flagradas também reflete o comportamento de risco de muitos motoristas nas rodovias. Condutas como excesso de velocidade, ultrapassagens proibidas e distração ao volante são responsáveis por grande parte dos acidentes, segundo dados da PRF.

"Quando a fiscalização diminui, os motoristas relaxam, e os resultados negativos aparecem rapidamente. Mas, ao intensificar o monitoramento, os efeitos positivos surgem de forma gradual, com a redução de acidentes", destaca Almeida.

Ele reforça que a fiscalização vai além da aplicação de multas. "Queremos mudar o comportamento dos motoristas. A sensação de que estão sendo fiscalizados a qualquer momento é crucial para isso. Muitas vezes, quem sofre as consequências não é quem comete a infração, mas pedestres e outros motoristas", argumenta.

O que esperar em 2025?

Para o próximo ano, a PRF planeja ampliar ainda mais o uso de tecnologia. Novos radares fixos e portáteis serão instalados, enquanto câmeras de monitoramento com inteligência artificial devem se tornar mais comuns em rodovias federais de todo o país. O uso de drones também será intensificado, com foco em áreas críticas e na identificação de infrações difíceis de detectar por métodos tradicionais.

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"Estamos acompanhando as inovações na tecnologia automotiva e ajustando nossa fiscalização para enfrentar esses desafios. Em um cenário onde muitos motoristas utilizam aplicativos para evitar radares, nossa estratégia é investir em equipamentos móveis e no monitoramento contínuo", explica o inspetor.

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