Paula Gama

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ReportagemCarros

Por que muitos são proibidos de dirigir e usam motorista na China

Na China, a decisão de depender de motoristas particulares é mais do que uma questão de conveniência. Para muitos, especialmente expatriados e funcionários de grandes empresas, essa prática é quase uma necessidade, moldada por fatores legais, culturais e práticos que tornam a condução pessoal arriscada ou até inviável.

Quando uma empresa contrata um funcionário estrangeiro para atuar em território chinês, é muito comum que o contrato proíba o profissional de pegar o volante. E um dos principais motivos para a proibição de muitos dirigirem na China é o rigor da legislação.

De acordo com a Lei de Segurança no Trânsito da República Popular da China, o motorista é geralmente considerado responsável em acidentes envolvendo veículos motorizados, especialmente quando há pedestres ou veículos não motorizados envolvidos. A responsabilidade do condutor é reduzida apenas se a 'vítima' violar as leis de trânsito.

Quando um motorista causa um acidente que resulta em lesões permanentes a uma pessoa, ele pode ser obrigado a arcar com as despesas médicas e de manutenção da vida da vítima por toda a vida. A penalidade parece justa, mas pode resultar em custos que chegam a milhões, dependendo da gravidade das lesões. Por isso, muitas empresas preferem que seus funcionários usem motoristas particulares.

Para os estrangeiros, obter uma habilitação para dirigir na China é uma tarefa complexa. O país não reconhece carteiras de habilitação internacionais, nem mesmo a Permissão Internacional para Dirigir (PID), exigindo que motoristas estrangeiros passem por um exame específico.

Além disso, o idioma é uma barreira significativa, já que a sinalização de trânsito, fora de grandes cidades turísticas, é predominantemente em mandarim.

Essa dificuldade é ampliada por um sistema de trânsito caótico. As grandes cidades são conhecidas por congestionamentos e um fluxo intenso de bicicletas, scooters e veículos. Para muitos expatriados, a ideia de dirigir em meio a essa confusão é desanimadora. As interações com a polícia, especialmente em casos de acidentes, podem ser ainda mais desafiadoras para quem não domina o idioma local.

A cultura do trânsito na China

A cultura de mobilidade na China também desencoraja a condução pessoal. Milhões de scooters e bicicletas dividem espaço com carros em ruas frequentemente congestionadas, criando um ambiente que muitos consideram imprevisível e perigoso. Essa realidade torna mais atraente a ideia de depender de motoristas particulares, que têm experiência e familiaridade com o trânsito local.

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Além disso, a oferta de aplicativos de transporte facilita a mobilidade sem a necessidade de possuir ou conduzir um veículo. Esses serviços acessíveis têm se tornado a principal escolha para estrangeiros e até cidadãos locais, eliminando o estresse de dirigir em grandes cidades.

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Reportagem

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