Ele adotou a bike após uma cirurgia e pedala 70 km por semana aos 78 anos
As pernas lépidas não se intimidam com a subida impiedosa. A cabeça, repleta de cabelos brancos, ajudam a superá-la placidamente. "Para pedalar bem, é preciso sofrer. Quando você sobe uma ladeira, você sofre mesmo, mas dá uma satisfação quando chega lá em cima."
A frase é do ciclista Jeremy Minns, um inglês naturalizado brasileiro. Aos 78 anos, ele pedala cerca de 70 quilômetros por semana pelas ruas de São Paulo. A relação dele com a bicicleta é antiga, mas ficou congelada por décadas. E voltou com mais força em 2009, durante a recuperação de uma cirurgia no quadril.
Ao ver a empolgação do filho nas pedaladas por São Paulo, Jeremy resolveu acompanhá-lo: comprou uma bike e, segundo ele mesmo, ficou viciado pelo esporte. "No início, eu usava mais no fim de semana. Quando fiquei interessado mesmo, comecei a treinar na USP (Universidade de São Paulo), porque queria vencer provas na minha categoria", disse o ciclista em entrevista à Coluna Pedala.
Jeremy nasceu em Uganda, colônia britânica, em maio de 1941. No país africano, deu suas primeiras pedaladas. Aos 12, mudou-se para a Inglaterra. Há cinco décadas, desembarcou no Brasil pela primeira vez, quando era executivo. Anos depois, passou a viver na capital paulista, onde se casou e teve três filhos. Hoje, está aposentado.
No início da relação com a bike, Jeremy praticava até 200 km por semana. As provas de ciclismo vieram em seguida. E com sucesso. Como planejado, o inglês venceu disputas na sua categoria. Além das corridas, ele passou a usar a bicicleta como meio de transporte na cidade, como mostra o vídeo abaixo gravado em 2014.
O ritmo, porém, foi interrompido por um acidente. Há um ano e meio, Jeremy foi atropelado por um motoqueiro durante um treino em Cabreúva, interior paulista. O ciclista, que estava ao lado do filho, fraturou a bacia, costelas e a clavícula. A recuperação foi lenta. Ele ficou um mês sem andar, mas aos poucos retomou a vida normal.
Para suportar a carga de pedaladas, Jeremy faz exercícios físicos em uma academia, com a ajuda de um professor. A bicicleta é sua companheira, assim como é nos trajetos ao mercado, ao banco e aos consultórios médicos. O inglês ainda reserva tempo para um treino longo na ciclovia da Marginal do Rio Pinheiros, de aproximadamente 50 quilômetros.
Ciclista assíduo há 11 anos, Jeremy acredita que houve um avanço na mobilidade urbana da cidade na comparação com o cenário de 2009. "Onde tem ciclovia é excelente, mas nem sempre tem. Já os motoristas, em geral, são bastante gentis, respeitam. Quase nunca encontro motoristas agressivos ao volante", frisou.
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