Pedal assistido, bateria e acelerador: o que está por trás da bike elétrica
É quase unânime entre as pessoas ligadas ao ciclismo urbano: as bicicletas elétricas serão alvo principal daqueles que aderirem ao transporte limpo e sustentável durante a reabertura das cidades no chamado "novo normal".
Mesmo um passo atrás de países europeus, o Brasil já apresenta um aquecimento do mercado de bicicletas, com destaque para os modelos elétricos, cuja expectativa é tão grande quanto as dúvidas sobre seu funcionamento. Afinal, quais as distinções entre uma bicicleta elétrica e uma convencional?
A primeira salta aos olhos imediatamente. A bateria, acoplada no quadro ou na garupa da bicicleta. O coração dessas bikes, que permite um deslocamento com menor esforço físico, tem autonomia de até 120 quilômetros, como mínimo de aproximadamente 30 quilômetros.
A autonomia da bateria está ligada a dois fatores: a potência dela e o modo como você utiliza o pedal assistido e o acelerador, que está presente em alguns modelos, na manopla.
O pedal assistido, por sua vez, é que distingue a bicicleta elétrica de uma comum. "Elas dão mais impulsão no pedal, é um pedal assistido. O que vai depender nos modelos é a potência que ela vai te dar conforme você pedala. Pode dar 30% a mais ou até 200% a mais no pedal", disse Artur Fernandes, diretor comercial da semexe.
A bateria pode ser carregada em uma tomada comum, de 110V ou 220V. Para ter carga cheia, são necessárias seis horas. A vida útil dela atinge, em alguns casos, até 1.000 cargas. Por isso, é possível comprar esse componente à parte, inclusive usada, dependendo de quantos ciclos ela teve.
O preço da bateria pode atingir até 30% do valor do equipamento, nos modelos mais baratos. Aliás, uma bike elétrica, por tudo o que oferece, tem custo maior que uma convencional. O mais em conta, sem acelerador, por exemplo, tem custo de aproximadamente R$ 2 mil.
"Tudo depende do motor, da bateria, o freio, se é a disco, se é freio v-brake, isso impacta diretamente no valor", explicou Artur.
"Bike elétrica não pode concorrer com a convencional, que continua com o espaço dela. A adoção de bike elétrica passa por um outro tipo de reflexão. A economia de tempo talvez o benefício mais óbvio. Busca uma conversa antes para saber o perfil do cliente, se a bike elétrica faz sentido na vida dele, que modelo é o ideal, para entender que benefício ela vai ter lá na frente", afirmou Vinícius Comper, gerente de marketing da Lev.
Até três formas de usá-la
Nos modelos em que há o acelerador na manopla, o ciclista tem três opções de uso: pedal assistido, aceleração ou do modo convencional, com a bicicleta desligada. Nesse caso, haverá um esforço maior em relação à bike comum, pois o peso de uma elétrica é maior. Ele gira em torno de 25 kg, por causa do material, alumínio e aço, além da bateria.
A velocidade de uma bicicleta elétrica pode superar 30 km/h, embora o permitido em ciclovias seja 25 km/h. Por isso, é indispensável o uso do capacete. No caso dos modelos mais potentes, o sistema de freio é a disco, mais apropriado para a situação.
Procura já é maior
A aposta do mercado em relação às bikes elétricas se justifica. Mesmo antes da reabertura das maiores cidades brasileiras, a procura por esses modelos já aumentou.
De acordo com o Artur Fernandes, as vendas na semexe aumentaram 610% no segundo trimestre, na comparação com os primeiros três meses de 2020. O número de marcas disponíveis no site saltou de sete para 14 em um ano.
Vinícius Comper enxerga esse mesmo movimento em meio à pandemia do novo coronavírus. Muitas pessoas, na visão dele, irão aderir ao ciclismo urbano com uma bicicleta elétrica.
"Pelo que a gente observa, existe um movimento global em relação a uma melhor mobilidade. Bicicletas elétricas passaram a ganhar mais relevância. Já sentimos um perfil de consumidor um pouco diferente, que ainda não tinha pensado na bicicleta elétrica como meio de transporte. Por causa desse cenário acelerou um pouco", frisou.
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