Como Maradona e o povo argentino me salvaram na travessia de bike pelo país
Todo o peso de atravessar sozinho um país em uma bicicleta simples de repente se transformou em leveza. Graças ao povo argentino. Graças, também, a Diego Armando Maradona. Em 2018, acertei sem tal pretensão, porque foi na última hora que decidi prender uma placa com meu nome no quadro da bike: DIEGO, em azul e branco, cores da Argentina, simples e relevante ao mesmo tempo.
Pois foi com ela a tiracolo que recebi todos os afagos possíveis na travessia da Rota 7 argentina, em pouco mais de 1.100 km, por cidadezinhas, vilarejos, cidades médias. Imagine a situação: uma bicicleta carregada de bagagem, com uma bandeira do Brasil à mostra e uma placa com sangue argentino com o nome da pessoa mais importante para o país.
Atravessei dezenas de portais sob olhares curiosos, em 19 dias. E recebi a ajuda que precisava para completar os 1.939 km, de Rio Grande a Valparaíso, do Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. Não é exagero dizer que foi isso que me levou à frente, porque no Uruguai, em um trajeto menor, sem tal receptividade, o cansaço e a possibilidade de desistência andaram por perto.
Um lugar calmo para dormir em Rufino. Um banho quente em General Levalle. Uma noite de conversas em Diego de Alvear. Um jantar em Vedia. Uma Coca-Cola de presente em Justo Daract. Algumas roupas lavadas em Fraga. Mais abrigo em Balde. Zelo em Desaguadero. Ajuda necessária com a bike em La Dormida. Uma carona salvadora em Potrerillos. Um abrigo em Uspallata.
Sempre com menção à placa que ganhei ainda na infância e por anos ficou pendurada na porta do meu quarto. Um tesouro descoberto. A solidariedade, o acolhimento e a maneira de receber os viajantes. Tudo isso me fez esquecer os perigos da estrada.
E me faz lembrar com carinho do povo argentino e de Diego Armando Maradona.
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