Por que HB20 perde espaço e vira cada vez mais coadjuvante no mercado
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Após passar dois anos sendo ameaçado pelo Ford Ka no ranking de vendas, o HB20 perdeu, em 2019, a vice-liderança. Com a mudança pelo qual o Hyundai passou no fim do ano passado, esperava-se que o hatch pudesse respirar um pouco aliviado ante o concorrente. Mas ocorreu o oposto.
Antes da chegada da versão renovada do HB20 às lojas, o Hyundai já ensaiava uma queda no ranking de vendas. Após o lançamento da atualização do hatch, no entanto, não houve reação. Em dezembro, o carro foi apenas o sétimo mais emplacado do mercado nacional.
O resultado ruim acabou beneficiou o Ka, que ficou com quase 3 mil emplacamentos de vantagem. Enquanto isso, aquele que costumava ser considerado o principal rival do HB20, o Chevrolet Onix, vem conquistando cada vez mais consumidores.
Líder de vendas do mercado brasileiro, o Onix também passou por grande mudança no fim de 2019. No caso do Chevrolet, elas foram extremamente positivas. Não só o hatch manteve a liderança, como o sedã Onix Plus logo se consolidou como segundo carro mais emplacado do País.
HB20 não mudou de geração
É cedo para falar que a mudança do HB20 deu errado. Mas já dá para concluir que, se o objetivo era ganhar espaço e tentar amenizar o papel desempenhado nos últimos anos, de coadjuvante do Onix, a estratégia não deu certo. Ele não consegue nem mesmo recuperar mercado.
Um dos fatores que depõem contra o HB20 é o fato de o modelo não ter mudado de geração, diferentemente do que ocorreu com o Onix. Enquanto o Chevrolet é um carro completamente novo, o Hyundai foi apenas renovado.
O visual passou por drástica alteração. As dimensões aumentaram levemente. Há uma nova opção de motor. Renovada, na verdade. 1.0 turbo, que já havia feito parte da linha, ficou mais moderno. Passou a trazer injeção direta de combustível.
Já a plataforma, o que define uma mudança de geração de automóvel, é a mesma da anterior. Isso não impediu, no entanto, o carro de receber algumas tecnologias, como frenagem automática nas versões mais caras.
Equipamentos e visual
O HB20 de entrada, Sense, parte de R$ 46.490. Traz o clássico (e atualmente básico) ar, direção, vidro e trava. Falta, por exemplo, central multimídia, item cada vez mais importante na decisão de compra do brasileiro.
Essa tecnologia só passa a vir no segundo catálogo da versão Vision, a R$ 50.490. Porém, o que mais depõe contra o novo HB20 é o visual.
Quando estreou no Brasil, em 2012, o hatch da Hyundai causou boa impressão pelo estilo, considerado inovador. Desta vez, a história foi diferente.
Não apenas a crítica especializada chamou a atenção para a falta de apelo do visual. Nas redes sociais, que ajudaram a dar voz aos clientes, o estilo do HB20 causou polêmica. A maioria não gostou.
Assim, esteticamente o Hyundai, que era quase uma unanimidade, passou a ser polêmico. E visual é outro fator que pesa muito na decisão de compra, a não ser em casos de carros com apelo 100% racional - algo que esse hatch nunca foi.
O que esperar nos próximos meses
Apesar de um surpreendente sétimo lugar em dezembro, e de posições que oscilavam entre terceira e quarta nos meses anteriores, o HB20 deve continuar aparecendo entre os cinco carros mais vendidos do Brasil. Na primeira quinzena de janeiro, ele já ensaiou uma leve recuperação.
Apareceu na terceira colocação, à frente do Ka. O segundo lugar, porém, parece ter sido perdido de vez, e não para o Ford. O Onix Plus ocupa a posição com certa vantagem, de mais de 600 unidades.
Já a vantagem do Hyundai para o Ka indica que, até o fim do mês, a briga será acirrada. São menos de 300 unidades.
Na primeira quinzena, foram vendidas 7.347 unidades do líder absoluto, Onix, ante 3.666 do Onix Plus, 3.044 do HB20 e 2.775 do Ka. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Longe do protagonismo
A renovação dos dois modelos confirma que o Onix não é mais o principal rival do HB20. O Chevrolet continua reinando, enquanto o HB20 perde espaço.
O Onix merece o que conquistou, afinal investiu muito na renovação completa. Enquanto isso, o HB20 recebeu um facelift de luxo, que sua montadora chama de nova geração.
Para ter chances contra o líder, era o HB20 que deveria ter passado por uma atualização mais caprichada, não o contrário. O resultado dos primeiros meses comprova isso, e mostra que o Hyundai continuará sendo coadjuvante diante do protagonismo do Chevrolet.
Agora, o principal rival do HB20 é, definitivamente, o Ka. Ao Hyundai, resta brigar com o Ford não mais pela vice-liderança do mercado, mas pela terceira posição.
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