O que acontece com Jetta? Por que vendas de sedã da VW despencaram em 2020
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Cada vez mais restrito, ao menos quando o assunto é modelo relevante em vendas, o segmento de sedãs médios teve alguns movimentos interessantes em janeiro. Os protagonistas dessas oscilações foram o Honda Civic e o Volkswagen Jetta. Infelizmente para suas marcas, não de uma maneira positiva.
O Civic perdeu a vice-liderança do segmento, fato raro nos últimos anos. Quanto ao Jetta, as vendas despencaram. Na comparação com janeiro do ano passado, houve queda de 31,2%. Ante dezembro, o recuo foi de 61,6%.
Jetta tem mês distante dos líderes
Nas mesmas comparações, o mercado de veículos total também registrou quedas, mas bem inferiores às do Jetta. Houve recuo de 28,2% ante dezembro e de 5,6% em relação a janeiro. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
No mês passado, o Jetta somou apenas 278 emplacamentos. Esse número o coloca mais próximo a sedãs que já perderam a relevância em volume de vendas, como Nissan Sentra (195 exemplares comercializados). Atrás dele, há poucos modelos dessa categoria oferecidos no País, como Citroën C4 Lounge e Kia Cerato - ambos abaixo de 100 unidades emplacadas.
Quanto aos líderes, o Corolla teve 3.932 unidades vendidas, ante as 1.739 do Cruze e 1.589 do Civic.
O resultado foi também o pior do Jetta desde a chegada da nova geração. O recorde do modelo atual foi registrado em março do ano passado, com 1.274 emplacamentos. Outros destaques ocorreram nos meses de março e agosto, quando também ultrapassou a marca das 1.200 unidades vendidas.
O que ocorre com o Jetta?
A Volkswagen "culpa" a versão com apelo esportivo GLI, lançada no segundo trimestre do ano passado, pela queda acentuada nas vendas de janeiro. De acordo com a montadora, em dezembro houve uma alta demanda pelo sedã importado do México, gerada pela procura dos consumidores à nova configuração de topo do carro.
Isso acabou comprometendo os estoques para janeiro. Porém, em fevereiro, a previsão é de que o desempenho do carro volte ao normal, também segundo informações da montadora.
Porém, dezembro nem chegou nem perto de ser o melhor mês do Jetta em 2019. Com 724 emplacamentos, o desempenho superou os de outubro e novembro, mas ficou abaixo, ou empatado, com os dos meses anteriores.
De fato, há alta demanda pelo Jetta GLI nas concessionárias consultadas, e poucos a pronta entrega. Em algumas revendas, há filas para a versão topo de linha. O mesmo não se pode dizer das demais configurações, que estão com estoques cheios.
Por isso, o "fator" novo Corolla, carro que é rival direto dos Jetta sem apelo esportivo, pode ter contribuído também para essa queda (leia mais abaixo).
Cruze supera Civic
Houve até alguns meses, no ano passado, em que o Chevrolet Cruze ensaiou uma leve vontade de tirar a vice-liderança dos sedãs médios do Civic. Em agosto, foram menos de 300 unidades de diferença. Em janeiro, março e dezembro, cerca de 400.
Mas esses foram os meses em que o Cruze mais se aproximou do rival. E o Honda descontou com folgas nas demais ocasiões, chegando a ficar mais de mil unidades à frente do Chevrolet no resultado mensal.
Já em janeiro, o Cruze conseguiu tirar a vice-liderança do concorrente. Teve 1.739 emplacamentos, ante os 1.589 do sedã da Honda. Além disso, viu sua participação crescer dos cerca de 13% para aproximadamente 20% na categoria.
A do Civic caiu de 20% para em torno de 18,5%. Boa parte dessa participação foi tirada, evidentemente, pelo Cruze. A razão? Vendas diretas. Em janeiro, as do Chevrolet superaram 55%, enquanto as do Honda não passaram dos 5%.
Em dezembro, a participação das vendas diretas nos emplacamentos do Cruze foram exatamente 10 pontos percentuais inferiores. Mas não é só esta a razão. Com o sucesso do Corolla, era de se esperar que seu principal rival, o Civic, fosse afetado.
Corolla cai em vendas, mas participação avança
As vendas do Corolla caíram 24,6% em janeiro, na comparação com dezembro. O mercado, no entanto, registrou queda superior à do sedã da Toyota.
Isso justifica o fato de o Corolla, que mudou de geração no fim do ano passado, ter aumentado sua participação no segmento para 46%, ante os 43% do mês anterior, segundo dados divulgados pela Fenabrave. O ganho ajuda a explicar as quedas de Jetta e Civic.
Além disso, pode ser um dos fatores responsáveis por um fenômeno raro. Em janeiro, não houve nenhum SUV compacto na lista dos dez carros mais emplacados do Brasil. Os sedãs médios em geral, e o Corolla em particular, brigam por clientes com modelos dessa categoria.
O Corolla ainda pode ir além. As versões GLI, XEI e Altis 2.0 têm estoque no mercado. Já a Altis híbrida tem espera média de um mês, de acordo com a Toyota. Em uma das concessionárias consultadas, o prazo previsto para entrega era de 120 dias, ou cerca de quatro meses.
Conforme a montadora, a razão das filas, além da alta demanda, é a bateria do motor elétrico, importada do Japão. A Toyota espera que esse problema seja resolvido em breve, pois conseguiu aumentar o volume mensal de baterias trazidas do país asiático.
Com isso, prevê que a partir de março a espera média pelo Corolla híbrido caia para 15 dias. E, se a demanda é alta, essa redução nas filas vai ter forte impacto (positivo) no volume mensal de emplacamentos. A concorrência que se cuide.
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