Versão PCD e motor 1.4: como VW tenta evitar que T-Cross sofra com o Nivus
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Apresentados os preços do Nivus, uma pergunta recorrente em redes sociais e fóruns automotivos é: "o carro vai matar o T-Cross"? É bem provável que ele represente um duro golpe para as vendas do SUV mais antigo. Porém, o modelo veterano também tem seus trunfos para encarar essa briga caseira.
O Nivus não vem para brincar. O presidente da Volkswagen, Pablo di Si, disse durante a apresentação do novo carro que o objetivo da marca é colocá-lo entre os protagonistas da categoria de SUVs compactos. Com isso, a montadora terá dois modelos lutando por boas posições no ranking de vendas do mesmo segmento.
Nesse cenário, é impossível um não tirar vendas do outro. Principalmente porque eles estarão expostos nas mesmas concessionárias. E, no confronto direto, o Nivus deve levar vantagem contra algumas versões do T-Cross.
Como o T-Cross vai se defender do Nivus
Há uma boa razão para a Volkswagen não ter lançado o Nivus com o motor 1.4. A versão a usar esse propulsor é a mais vendida do T-Cross, com 29,1% do mix. Em segundo lugar está a Sense, voltada para o público PCD.
Essa configuração ficou com 28,7% dos emplacamentos do T-Cross no acumulado de janeiro a maio deste ano. O fato ajuda a explicar por que a Volkswagen não lançou uma versão de R$ 70 mil para o Nivus, para atingir o público PCD (ao contrário do que apontavam os rumores).
Por ora, o que a marca oferece é um desconto de 10% na versão Comfortline, que tem preço sugerido de R$ 85.890. Junto com o abatimento de IPI - para ter direito a isenção do ICMS, o carro precisa custar no máximo R$ 70 mil -, o Nivus sai por cerca de R$ 72 mil para o público PCD.
Mesmo sendo mais equipado, é muito ante o preço do T-Cross Sense, pelo qual o público PCD paga pouco mais de R$ 55 mil após as isenções de IPI e ICMS. Como a maioria dos clientes coloca acessórios no carro, a conta acaba subindo para mais de R$ 60 mil. Ainda assim, a vantagem do SUV mais velho é grande.
Com essa estratégia, as versões com motor 1.4 e a Sense devem resistir ao Nivus sem abalos. Assim, a manutenção das vendas de 57,8% da linha está praticamente garantida.
T-Cross 1.0 vai sofrer
Com a chegada do Nivus, a coisa ficou feia para as versões 1.0 do T-Cross, que trazem o mesmo motor turbo usado no Nivus (até 128 cv). O SUV estreante, que estará nas lojas entre julho e setembro, é mais bem equipado e barato.
Além disso, apesar de não ter espaço interno tão amplo quanto o do T-Cross, o Nivus oferece porta-malas maior. O do SUV mais antigo pode até alcançar a mesma capacidade da do novato. Mas, nesse caso, o conforto de quem vai no banco de trás é prejudicado.
Para comparar os preços, os R$ 85.890 da versão Comfortline (o Nivus tem só câmbio Tiptronic de seis marchas) representam mais de R$ 10 mil a menos que o T-Cross 200 TSI, a R$ 96.590.
O T-Cross 200 TSI tem 17,5% do mix, enquanto o Comfortline fica com 23,9%. Esta versão custa R$ 110 mil, mais de R$ 10 mil a mais que o Nivus Highline, a R$ 98.290.
Para piorar a situação do T-Cross, o Nivus topo de linha já vem de série com equipamentos que nenhum modelo do segmento tem, como o controlador de velocidade adaptativo. Há ainda sensor de fadiga e um sistema que ajuda a evitar colisões em saídas de vagas de estacionamento.
Não dá para dizer que as vendas dos T-Cross 1.0 automáticos vão deixar de existir. Sempre há quem prefira o espaço interno superior do SUV mais velho. Há até aqueles que acham o T-Cross mais bonito, com mais jeitão de utilitário-esportivo.
Independentemente disso, o T-Cross pode ser o SUV mais afetado pela chegada do Nivus. Até mais que a concorrência. A não ser que o novo utilitário da VW fracasse, o mais antigo sairá da briga pela liderança, e passará a concorrer com o HR-V por uma vaga entre os cinco mais vendidos da categoria. Isso se o Nivus não passar a fazer parte desse grupo.
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