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Crise? Carros de mais de R$ 200 mil multiplicam vendas na quarentena

Range Rover Velar  - Mario Villaescusa
Range Rover Velar Imagem: Mario Villaescusa

Colunista do UOL

10/08/2020 04h00

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A Porsche vem batendo recordes de vendas no Brasil. No mês de junho, a BMW vendeu mais que marcas como Mitsubishi, Peugeot, Citroën e Caoa Chery. Julho trouxe ainda mais surpresas para o segmento de modelos de luxo, que vem surpreendendo pelas vendas acima da média nesse período de isolamento social.

O que mais chama a atenção é o desempenho de alguns carros de extremo luxo. Em julho, a linha Range Rover teve 114 emplacamentos, número alto para uma gama que inclui o SUV de topo da Land Rover, o Range Rover Vogue.

Esse número também inclui o Range Rover Sport e o Velar, mas não o Evoque, que somou 185 emplacamentos no mês passado. Desse grupo, o modelo mais barato (o Velar) parte de R$ 442.850.

O resultado de julho é o melhor da linha Range Rover nos últimos seis meses. Em março, quando a crise não havia ainda afetado gravemente os resultados de vendas, o carro somou 79 emplacamentos, número que caiu para 23 em abril, auge do impacto da pandemia no setor de carros.

Fenômeno mais impressionante é o observado em relação ao Porsche 911, carro cuja versão mais em conta, a Carrera, sai por R$ 519 mil. O esportivo vem obtendo números de vendas muito altos nos últimos três meses.

Em julho o modelo teve uma leve queda, com 62 emplacamentos. Em junho, obteve um número impressionante para um carro com preços tão altos e integrante do segmento de esportivos, não tão preparados para o uso cotidiano em qualquer circunstância. Foram 126 unidades vendidas.

No caso do 911, o fato de o modelo ter longa fila de espera e ser vendido por encomenda contribui para o bom desempenho. Reservas feitas há meses, entregues agora, não estão sendo dispensadas pelo cliente no momento de fechar a compra.

Os clientes da Porsche têm garantia de pagar o preço combinado no momento da encomenda. Por enquanto, isso não faz muita diferença, pois a marca não alterou sua tabela desde o início da pandemia.

Porém, isso pode mudar a qualquer momento, pois o dólar continua com cotações muito altas. Mais um incentivo para quem tem muita reserva garantir sua compra.

Em abril, auge da crise, o 911 teve 45 unidades vendidas. O resultado, embora abaixo do que obtém agora, já foi melhor, mesmo naquele mês, que a média do ano passado, que ficou em cerca de 25 unidades por mês.

Enquanto esses modelos voltam ao patamar pré-pandemia, e até melhoram seus resultados, carros mais populares, como o Chevrolet Onix, continuam sofrendo. No ano passado, eram emplacadas cerca de 18 mil unidades mensais do carro. Em julho, os emplacamentos do hatch ficaram em 9.341 exemplares.

BMW Série 3

Embora não seja do segmento de extremo luxo, como os dois mostrados acima, o BMW Série 3 também merece destaque por seu desempenho de vendas nos últimos meses. Com preço inicial de R$ 226.950, o modelo voltou a ultrapassar os 500 emplacamentos em julho.

Somando o 320i, 0 330i e o 330e, foram emplacadas 527 unidades. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O número coloca o BMW bem próximo ao Jetta, que somou 664 exemplares vendidos, e não tão distante do Cruze (904).

O carro da Volkswagen parte de R$ 99.990 e o da Chevrolet, de R$ 105.290. No auge da crise, em abril, o Série 3 somou 108 emplacamentos.

Vendas das marcas de luxo

Em julho, a BMW liderou o segmento de veículos premium, com 1.381 emplacamentos. Além do Série 3, o X1 também vai muito bem em vendas, com o primeiro lugar da categoria de SUVs de luxo.

Com 743 unidades, a Mercedes-Benz foi segunda colocada, um pouquinho à frente da Volvo. Com 691 exemplares vendidos, a marca sueca está obtendo bom avanço graças à dupla XC40 e XC60.

A Land Rover ultrapassou a Audi para obter a quarta posição, e as vendas do Range Rover contribuíram bastante para esse desempenho. A britânica registrou 634 unidades emplacadas no mês passado e a alemã, 595.