Por que Chevrolet Trailblazer é barato mesmo custando mais que SUVs de luxo
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Com cerca R$ 275 mil, dá para comprar um Land Rover Discovery Sport ou um Volvo XC60, só para ficar entre os SUVs médios de luxo mais vendidos do Brasil. Este também é o valor de um carro da Chevrolet, o Trailblazer Premier.
O SUV, que passou por uma recente atualização, tem preço sugerido de R$ 275.290. Suas dimensões ficam entre as de alguns utilitários-esportivos médios e grandes. Tem cerca de 20 cm a mais que o XC60 e 20 cm a menos que o Audi Q7, por exemplo.
Mas ele não pode ser comparado a esses dois carros, e não apenas por XC60 e Q7 serem utilitários-esportivos de luxo. Enquanto o Volvo e o Audi são feitos sobre plataforma de carro de passeio, o Trailblazer traz carroceria sobre chassi.
Em outras palavras, é o SUV da picape S10. Seus concorrentes diretos, por isso, são modelos com a mesma construção, Toyota SW4 (derivado da Hilux) e Mitsubishi Pajero Sport. O diferencial desses modelos é a robustez e, na maioria dos casos, a capacidade off-road.
Mas, afinal, o Trailblazer vale os R$ 275.290? É justo ele custar mais que utilitários-esportivos de luxo?
O mais barato na categoria
A primeira impressão ao se deparar com o preço do Trailblazer é de o SUV é muito caro. Em minhas redes sociais, as comparações de leitores e seguidores foram sempre com modelos do segmento de luxo.
Mas, ao comparar o Trailblazer com seus rivais diretos, a constatação é de que ele é o mais barato do segmento. O SW4 sai por quase R$ 300 mil, enquanto o Pajero Sport se aproxima dos R$ 325 mil.
Os SUVs derivados de picapes têm realmente preços bem altos no Brasil. E as picapes também. As versões topo de linha, com motores a diesel e tração 4x4, já ultrapassam facilmente os R$ 200 mil.
Voltando ao Trailblazer, o preço mostra que ele vale a pena, mas para um público específico. Este é um SUV bem diferente dos confortáveis e, muitas vezes, luxuosos modelos do segmento.
O Trailblazer, como os rivais, tem muita aptidão off-road, com sistema de tração 4x4 permanente - é o motorista que decide se quer usá-lo ou não - e reduzida. Na terra, ele vai melhor do que qualquer SUV feito sobre base de carro de passeio.
Com motor 2.8 a diesel de 200 cv, boa autonomia, agilidade razoável e sete lugares, o Trailblazer também vale muito a pena para quem precisa de um veículo para viajar com a família. Mas não para quem fica mais na cidade, porque ele tem alguns problemas que não vão convencer esse perfil de cliente.
SUV rústico
O Trailblazer pode ser definido como um modelo rústico. Tem até algumas tecnologias, como os assistentes de subida e descida, ótimos para o off-road e também para algumas situações cotidianas. Mas falta sofisticação.
O carro não oferece mimos como partida por botão, freio de estacionamento elétrico e teto solar. Falta até ajuste de profundidade para o volante, e só o banco do motorista tem comandos elétricos (sem memória).
Para rodar no dia a dia, o Trailblazer está longe de ser desconfortável. Enfrenta valetas e buracos com valentia, sem transmitir desconforto aos ocupantes em impactos contra esses obstáculos e pisos imperfeitos.
O principal problema é o diâmetro de giro da direção. O sistema gira pouco as rodas, como nas picapes. Por isso, o Trailblazer é difícil de manobrar e pode ser um problema até mesmo em algumas situações cotidianas, como as pequenas rotatórias de cruzamentos. Nas com menos espaço, às vezes é preciso fazer uma segunda manobra.
Ele também tem coisas de Onix. O painel lembra muito o do carro de entrada, e o multimídia é o mesmo. O MyLink é muito bom, apesar do visual poluído. Usar esse sistema não é demérito. Mas quem paga R$ 275.290 em um carro pode se incomodar ao se deparar com itens de modelo de entrada.
Então, se o que você espera de um SUV de R$ 275 mil é tecnologia, dirigibilidade impecável e luxo, o Trailblazer não vale a pena. Mas se seu perfil é mais conectado a estradas, off-road ou não, o carro é uma excelente opção, com preço bem mais atraente que o da concorrência.
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