Por que os SUVs PCD desapareceram e como ficarão as vendas desses carros
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As vendas para público PCD vêm sendo cruciais para o mercado de SUVs nos últimos anos. A maioria das marcas passou a oferecer uma versão com preço até R$ 70 mil, dentro do teto estipulado pelo governo para conceder isenção de ICMS e IPI.
Com os abatimentos, esses SUVs saíam, para o público, por pouco mais de R$ 55 mil, preço inferior ao de alguns hatches compactos populares. Porém, entre o fim do ano passado e o início deste, a versões PCD de SUVs desapareceram.
Na última semana, a Hyundai anunciou à rede suspensão das vendas do do Creta 1.6 destinado ao público PCD (que é temporária, segundo a marca). Jeep Renegade, os Renault Captur e Duster, Citroën C4 Cactus, Peugeot 2008 e Caoa Chery Tiggo 2 já haviam perdido essa versão.
Honda HR-V e Volkswagen Nivus nunca tiveram versões específicas para PCD. Já as vendas dessas configurações do VW T-Cross e do Chevrolet Tracker estão suspensas, sem previsão de volta. Restou apenas o Nissan Kicks.
Porém, a Nissan não está aceitando pedidos no momento, pois a produção de janeiro e fevereiro já está comprometida. Em breve, a marca voltará a fazer reservas para o Kicks PCD.
Mas por que as montadoras estão desistindo de versões que representavam entre 30% e 40% das vendas de seus modelos?
São várias as razões que levaram as versões PCD a deixarem de ser lucrativas. De acordo com uma fonte ligada a montadora, elas já não eram. No entanto, as marcas compensavam isso com a venda de acessórios em concessionárias, algo comum entre os clientes de modelos PCD, que não são dos mais completos em equipamentos.
Mas a alta nos preços dos veículos, impulsionada pela crise global e decorrente disparada na cotação do dólar, tornou inviável a cobrança de R$ 70 mil por um SUV compacto. Há anos, montadoras e instituições voltadas ao público PCD já vêm pleiteando um aumento do teto para R$ 90 mil. Os R$ 70 mil foram estipulados em 2008 e, desde então, nunca revisados.
Além disso, menos clientes agora terão direito à totalidade de isenções, o que reduz o volume de modelos comprados com desconto para PCD - e, consequentemente, deixa a produção ainda menos viável.
O que ocorrerá com as vendas de SUVs
Em 2020, impulsionado pela versão PCD, o T-Cross chegou a liderar as vendas mensais de carros, à frente do Chevrolet Onix. Além disso, tanto o modelo da VW, como o Tracker e o Renegade, aparecem constantemente na lista dos dez veículos mais emplacados no País.
Com a nova medida, o cenário acima dificilmente será visto novamente a partir deste 2021. Provavelmente, jamais voltará a ocorrer. Considerando que a participação média dos modelos PCD nas vendas de carros fica em torno de 35%, o SUV mais vendido em dezembro, Renegade, veria suas vendas de quase 8 mil unidades caírem para pouco mais de 5 mil.
Em dezembro, o Renegade foi o oitavo carro mais emplacado do Brasil. Sem a versão PCD, ficaria com o 12º lugar.
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